Traço nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do Unidade Popular à Presidência, Leonardo Péricles, cumpriu em Porto Alegre nesta quinta-feira (15) o rito dos que, sabendo que não têm chances de se eleger, prometem o impossível. O cardápio do irrealismo começa pela suspensão do pagamento da dívida pública, a revogação dos passivos dos Estados e o perdão dos débitos contraídos pelas famílias com renda total de até R$ 3,5 mil.
— Essa dívida submete o Brasil, e o Brasil submete os Estados a esse sistema da dívida. Suspendendo a dívida a nível federal e fazendo auditoria dela, para saber se (o país) deve ou não, nós vamos resolver um problema, porque vários especialistas falam que (a dívida) já foi paga várias vezes — afirmou.
Em uma das agendas na Capital, o candidato defendeu o reajuste de 100% no salário mínimo, criticou o agronegócio e defendeu as pequenas propriedades. Para combater o desemprego, Péricles sugeriu que o governo federal e os Estados contratem a população desocupada de forma direta, sem a participação de empreiteiras, para realizar obras de saneamento e moradia, por exemplo.
— As pessoas estarem desempregadas não pode ser culpa delas. Elas estão desempregadas por incompetência do Estado brasileiro. É função de um Estado forte resolver o problema do desemprego. Enquanto houver milhões de desempregados, quem ganha são os capitalistas.
Vindo de Curitiba, o presidenciável desembarcou em Porto Alegre na quarta-feira (14). Nesta quinta, participou de debate com cerca de 100 estudantes no auditório da Faculdade de Arquitetura da UFRGS. Na sexta (16), está previsto um ato público às 10h em frente à ocupação Lanceiros Negros, no centro da Capital, e um encontro com apoiadores no bairro Nonoai, na Zona Sul. No final da tarde, Péricles irá para Florianópolis, onde completa o ciclo de campanha pelos três Estados da região sul.
O Unidade Popular pelo Socialismo foi fundado em 2019. O partido é ligado a movimentos sociais e defende maior participação do Estado na economia. O UP disputa, neste ano, as primeiras eleições gerais desde a fundação. Atualmente, não há nenhum deputado filiado à legenda no Rio Grande do Sul.