O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Exigidas pela Justiça Eleitoral para os registros das candidaturas, as declarações de bens permitem que os eleitores conheçam detalhes sobre as posses dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul. No caso dos quatro melhores colocados na pesquisa Ipec divulgada na última semana, também é possível verificar a evolução do patrimônio nos últimos quatro anos, visto que todos foram candidatos na eleição de 2018.
Embora tenha o segundo menor valor em bens declarados dentre os 11 concorrentes, Eduardo Leite (PSDB) viu seu patrimônio crescer desde a última eleição. Há quatro anos, quando se elegeu governador, o tucano informou possuir R$ 32,5 mil. Em 2022, o total declarado foi de R$ 281,3 mil, um crescimento de quase 770%.
Em nota, a assessoria de Leite afirma que o crescimento patrimonial é compatível com a renda obtida por ele como governador, entre janeiro de 2019 e março de 2022, e ressalta que a base de comparação é baixa, já que em 2018 ele investiu patrimônio em estudos na Universidade de Columbia e na Fundação Getúlio Vargas. Ainda conforme a manifestação, o aumento é referente às economias que Leite fez enquanto governador, quando recebia R$ 25,4 mil mensais.
"O percentual impressiona quando usado para manchetes sensacionalistas, mas basta ver o número absoluto para se perceber a normalidade do patrimônio", diz o comunicado.
Segundo colocado na pesquisa, Onyx Lorenzoni (PL) declarou valor inferior em bens desde a última eleição. Ele informou à Justiça Eleitoral que suas posses somam R$ 981,7 mil, ante R$ 1,04 milhão de 2018, quando se elegeu deputado federal (redução de pouco mais de 6%).
Outro que ficou "mais pobre" desde a eleição passada foi Edegar Pretto (PT). Ele informou que suas posses neste ano totalizam R$ 666,4 mil. Há quatro anos, quando se elegeu deputado estadual, o valor era de R$ 692,4 mil. No período, a baixa foi de cerca de 4%.
No caso de Luis Carlos Heinze (PP), a declaração aponta que seus bens somam R$ 8,26 milhões. Quando conquistou uma cadeira no Senado, em 2018, ele possuía R$ 8,39 milhões (redução de aproximadamente 1,5%).
O candidato do PDT, Vieira da Cunha, declarou posses que somam R$ 1,09 milhão. Nesse caso, a comparação fica prejudicada, porque ele não concorreu em 2018. Na última eleição da qual participou, em 2014, o patrimônio era de R$ 476 mil.
Mais rico dentre os candidatos a governador, o empresário Roberto Argenta (PSC) declarou possuir mais de R$ 372 milhões em bens. Argenta não participou de nenhuma eleição recentemente, mesmo caso de Ricardo Jobim, do Novo (R$ 7,1 milhões em bens), Rejane de Oliveira, do PSTU (R$ 520 mil), Vicente Bogo, do PSB (R$ 300 mil) e Paulo Roberto, do PCO (R$ 397,1mil).
Carlos Messalla (PCB), que declarou apenas um depósito bancário de R$ 112, concorreu a vereador em 2020, quando não teve nenhum bem cadastrado.
Extensão dos planos de governo
Com 84 páginas, o plano de governo de Ricardo Jobim (Novo) é o mais extenso dentre os planos apresentados pelos candidatos a governador do Estado. Na sequência, aparecem os de Vieira da Cunha, do PDT (60), de Eduardo Leite, do PSDB (58), de Rejane de Oliveira, do PSTU (45) e de Luis Carlos Heinze, do PP (40).
A proposta de governo de Edegar Pretto (PT) tem 36 páginas, ante 31 da que foi apresentada por Carlos Messalla (PCB), 18 da de Vicente Bogo (PSB), 17 da de Roberto Argenta (PSC) e 16 da de Onyx Lorenzoni (PL).
O menor plano de governo foi apresentado por Paulo Roberto (PCO), com apenas sete páginas.