Bandeiras nas ruas, adesivos em carros, cavaletes nos canteiros, carros de som com jingle de campanha nas carreatas, caminhadas e comícios. As cidades ficarão mais coloridas pela propaganda eleitoral a partir de terça-feira (16), data de início da campanha que se estende até o dia 2 de outubro. Dos 11 candidatos ao Piratini, há quem esteja com o material pronto, só esperando o dia amanhecer para colocar na rua, e os que entraram atrasados e não têm nem o slogan definido.
Assim que sair do debate na Rádio Gaúcha, terça-feira, Edegar Pretto (PT) irá para o Largo Glênio Peres, com toda a chapa majoritária, fazer caminhada e distribuir panfletos.
— No dia 16, a sociedade gaúcha vai saber que a Frente da Esperança no Rio Grande do Sul é Lula, Edegar Pretto e Olívio — diz o deputado, que usará o slogan “Palavra de gaúcho” em todo o material de campanha.
Edegar (ele optou por usar o prenome) também vai usar muito a palavra “oportunidade”. E explica por quê:
— Temos convicção de que as pessoas não querem esmola, querem oportunidades. Emprego, boa escola e financiamento dos bancos oficiais para produzir.
Todo o material de campanha de Pretto estará associado à campanha presidencial de Lula e à candidatura de Olívio Dutra ao Senado.
Candidato à reeleição, embora sempre ressalte que está concorrendo fora do cargo ao segundo mandato, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) vai explorar na campanha as realizações de seu governo. Como terá o maior tempo de rádio e TV (cerca de três minutos e meio), Leite usará parte desse espaço para fazer uma espécie de prestação de contas. Também serão aproveitadas imagens gravadas nos roteiros de pré-campanha, com abundância de fotos e vídeos com eleitores.
Os programas já começaram a ser gravados, mas a marca, o slogan e o jingle não foram divulgados para não estragar a surpresa. O publicitário Fábio Bernardi, responsável pelo marketing, diz que o material exibido na convenção do PSDB foi refeito para contemplar os aliados (MDB, PSD, União Brasil e Podemos).
Outro que guarda a sete chaves os segredos da campanha é Luis Carlos Heinze (PP). O coordenador político da campanha, José Carlos Breda, ex-prefeito de Cotiporã, só quer divulgar na terça-feira a marca, o jingle e o slogan. Como sabia que teria pouco tempo para circular, por causa das gravações de programas, dos debates e das entrevistas, Heinze aproveitou a pré-campanha para circular pelo Interior. Visitou cerca de 150 municípios, conversando com eleitores.
Os atos no Interior serão limitados a atos regionais em cidades de médio e grande porte nos próximos 45 dias. A avaliação dos estrategistas políticos do senador é de que será necessário apostar no fortalecimento da candidatura na Serra, na Região Metropolitana e nos vales do Caí e do Sinos. O entendimento é de que os votos colhidos nestas regiões serão decisivos para o desempenho de Heinze no primeiro turno.
Com o slogan “Para defender e transformar o Rio Grande”, Onyx Lorenzoni (PL) promete uma campanha “simples, bonita e positiva”, nas palavras do publicitário Daniel Ramos, que divide o marketing da campanha com o próprio candidato. Todo o material, nas cores da bandeira do Brasil, será associado ao presidente Jair Bolsonaro, como serão os programas de rádio e TV.
— Não vamos reinventar a roda nem temos uma Bomba H. Queremos apresentar o projeto e mostrar as coisas que deram certo no governo federal e que podem ser replicadas aqui — diz Ramos.
ALIÁS
A campanha eleitoral em todos os níveis costuma ter um quê de Organizações Tabajara, do falecido programa humorístico Casseta & Planeta: pelas promessas dos candidatos, os eleitores correm o risco de acreditar que “seus problemas acabaram”.
CURIOSIDADES DA CAMPANHA
A campanha de Edegar Pretto (PT) será feita por uma agência de São Paulo, do publicitário Otávio Antunes, que tem relações com o partido em nível nacional. Uma produtora local foi contratada para os programas de rádio e TV.
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Os programas da propaganda de rádio e TV de Eduardo Leite (PSDB) estão sob responsabilidade da jornalista Tânia Moreira e de sua produtora, a Moreira, que já fez a campanha do ex-governador em 2018. A diretora contratada para os programas de TV é Mocita Fagundes.
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Vieira da Cunha (PDT) resolveu de última hora contratar uma agência e, por isso, chega às vésperas da campanha sem ter nem o slogan definido. A equipe que já vinha trabalhando com ele terá reunião neste sábado (13) para montar o mutirão e produzir as primeiras peças até terça-feira.
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Como entrou na disputa eleitoral aos 44 minutos do segundo tempo, Vicente Bogo (PSB) também não conseguiu produzir material de campanha com antecedência. A aposta do partido será nos grandes municípios do Interior e maiores aglomerados urbanos da Região Metropolitana.
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Com pouco dinheiro e sem garantia legal para participar dos debates, a candidata do PSTU, Rejane de Oliveira, diz que vai usar a criatividade para driblar a escassez. Defensora do ideário socialista, Rejane apostará as fichas no discurso voltado aos trabalhadores "das fábricas e das escolas, que têm sido penalizados com as políticas de vários governos". As principais bandeiras da campanha serão o combate à fome e ao desemprego.