Com a adesão do ex-presidente Lula (PT), já são oito os candidatos a presidente que assinaram o manifesto em defesa da democracia, gestado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O documento também conta com o aval de Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã).
Em reunião na segunda-feira (8), em São Paulo, partidos que integram a coligação de Lula e Geraldo Alckmin, se reuniram (foto) para discutir os próximos passos da campanha e reforçaram o compromisso com o processo democrático no país e o apoio à carta em defesa da democracia. A esposa de Lula, Janja, que participou da mesa principal ao lado do marido e do vice, Geraldo Alckmin, também assinou o documento. A coligação Brasil da Esperança é formada por PT, PV, PCdoB, PSOL, Rede, PSB, Solidariedade, Avante e Agir.
Vice-líder de todas as pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro não assinou, não vai assinar e despreza o que chama de “cartinha”.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro participou de um almoço com banqueiros e disse que quem é democrata “não precisa assinar cartinha”:
— Outra coisa, pessoal, quem quer ser democrata, não precisa assinar cartinha, não. Se tiver que assinar que sou honesto, todo mundo vai assinar que é honesto. Democracia tem que sentir o que a pessoa está fazendo. Falar todo mundo fala. Fazer cartinha todo mundo faz.
A carta em defesa do Estado democrático de Direito foi elaborada como uma reposta aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e às insinuações de que não haverá eleição se o Tribunal Superior não permitir que as Forças Armadas fiscalizem as urnas eletrônicas.
Banqueiros assinaram a carta da USP como pessoas físicas e a Febraban subscreveu outro manifesto, organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em apoio à democracia. A carta da Fiesp tem o título "Em Defesa da Democracia e da Justiça” e diz que "a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios".
Em outro trecho afirma: “As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do Supremo Tribunal Federal, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente, e de todos os magistrados, reconhecendo o seu inestimável papel, ao longo de nossa história, como poder pacificador de desacordos e instância de proteção dos direitos fundamentais”.