O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Uma pesquisa realizada com as prefeituras do Rio Grande do Sul aponta que a ampla maioria sofre com a falta de medicamentos básicos, como antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e antitérmicos. O levantamento, feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), foi respondido por 413 prefeituras. Dessas, 322 (78%) informaram a carência dessas substâncias. A falta de dipirona, por exemplo, foi informada por 55%, e da amoxicilina, por 65%.
O questionário foi repassado entre os dias 25 de maio e 20 de junho, com foco na resposta dos servidores responsáveis pela assistência farmacêutica.
No caso do rol especializado, 208 municípios (50,4%) informaram a falta de algum remédio. Nesse conjunto, estão substâncias para tratamentos de doenças como a anemia, infecções bacterianas e doença de Crohn.
Entre as prefeituras respondentes, 261 (63,2%) não têm definição de prazo para regularizar os estoques.
Em todo o país, da 2.469 municípios contatados, 1.985 (80%) disseram que há carência de medicamentos básicos, e 1.201 (48,6%) registaram problema no estoque dos medicamentos especializados.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, ressalta que as pessoas mais prejudicadas com a falta das substâncias são aquelas que dependem do poder público para o tratamento de saúde:
— Infelizmente, nosso país não tem um estoque regulador. Falta um planejamento nacional do Ministério da Saúde, que se omite ao saber dessa realidade.