Convencidos de que é "jogo jogado" a aprovação da aliança com o PSDB, líderes contrários à indicação de Gabriel Souza como vice de Eduardo Leite tomaram a decisão conjunta de boicotar os discursos. Fazem parte desse grupo Cézar Schirmer, o prefeito Sebastião Melo, os ex-governadores Pedro Simon e José Ivo Sartori, o deputado Osmar Terra e o ex-ministro Luis Roberto Ponte. Todos votaram por volta das 9h deste domingo (31) e foram embora em grupo. Schirmer voltou para discursar contra a aliança com o PSDB.
— Não tenho mais nada a fazer aqui — disse Melo, exibindo a cédula com o X na opção Gabriel Souza candidato a governador.
O grupo tirou fotos com simpatizantes, enquanto os mais falantes criticavam o fisiologismo da ala favorável ao acordo com Leite. Melo disse que, da Assembleia Legislativa, iria para o velório do poeta Luiz de Miranda e que seu único compromisso depois era um almoço com a esposa, Valéria Leopoldino.
A certeza de que vencerá a tese da aliança vem do fato de que muitos dos defensores da candidatura própria jogaram a toalha antes e sequer vieram a Porto Alegre. Melo lembrava que cantou a pedra bem antes:
— Faz três meses que eu disse que isso ia acontecer.
De fato, assim que Leite anunciou a candidatura, o prefeito previu que o MDB acabaria caminhando ao seu lado.
O tuíte do presidente do União Brasil, Luiz Carlos Busato, dizendo que o partido reivindica a vaga de vice na chapa de Leite foi considerado pelos líderes do MDB como "jogada ensaiada".
— É tudo teatro para forçar o MDB a aprovar a aliança — disse o presidente da Câmara, Idenir Cecchim.
Entre aliados do candidato Onyx Lorenzoni (PL), a manifestação de Busato foi entendida como um sinal de que, a se confirmar o nome de Gabriel Souza como vice, o União Brasil poderá rever a decisão de apoiar Leite, já aprovado em convenção. Onyx reafirmou a oferta da vaga de vice para o União Brasil.