O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Ao lado de representantes das entidades empresariais de Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo recebeu nesta terça-feira (7) o encarregado de negócios e atual embaixador informal da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, e ouviu relatos sobre as necessidades do povo ucraniano, que é assolado pela guerra com a Rússia há mais de três meses. Melo se comprometeu a reunir o setor produtivo, a prefeitura e o governo do Estado para enviar ajuda humanitária à Ucrânia.
— A dor deles é a nossa dor e a solidariedade não tem fronteira. Comentei que, se algum imigrante quisesse vir para Porto Alegre, seria recebido de braços abertos. O embaixador disse que hoje milhares de ucranianos já estão voltando, a Polônia tem sido grande parceira — contou o prefeito à coluna.
A reunião com o diplomata ucraniano foi intermediada pelo deputado Marcel van Hattem (Novo), que integra a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. A agenda começou a ser alinhada após o encontro entre Melo e Tkach durante o South Summit na Capital.
Inicialmente, a principal demanda da Ucrânia é por alimentos não perecíveis e medicamentos. Há também a preocupação com a reconstrução do país, estimada em US$ 600 bilhões pelo diplomata.
— O embaixador deixou uma lista de necessidades. Tem ainda a questão da logística, porque não adianta nós arrecadarmos aqui e não chegar lá. Tudo isso começa a ser operacionalizado a partir de agora — explica Melo.
Um grupo de pessoas formado por representantes da prefeitura e das entidades empresariais deve se reunir para organizar o envio da ajuda humanitária.
— Neste primeiro momento a necessidade é de coisas básicas, como medicamentos, por exemplo. Mas assim que a guerra acabar, o país terá que ser reconstruído e vão precisar de arquitetos, engenheiros, especialistas em várias áreas para ajudar na reconstrução — comenta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Írio Piva, que participou da reunião.
Além da CDL, estiveram no encontro representantes da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) e Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas). O vereador Felipe Camozzato (Novo) também participou.
Cerca de 6,8 milhões de ucranianos precisaram sair do país em razão da guerra.