A constatação do deputado Carlos Búrigo (MDB) de que “em política uma semana não tem apenas sete dias” serve perfeitamente para o ex-governador José Ivo Sartori. No dia 23 de maio, em um almoço na tradicional galeteria Di Paolo, de Caxias do Sul, Sartori foi mais uma vez instado a concorrer ao Senado para reforçar a chapa encabeçada por Gabriel Souza. Em contraste com outras vezes, em que simplesmente descartou a candidatura, dizendo que quer “dar espaço aos novos”, Sartori pediu uma semana para pensar e conversar com a família. Estavam presentes Búrigo, Gabriel, o presidente do MDB, Fábio Branco, e o deputado federal Giovani Feltes.
A “semana” terminou nesta segunda-feira e Sartori não deu a resposta. Entre o “não” e o silêncio, os líderes do MDB preferem manter acesa a chama da esperança e celebraram o fato de o “Gringo” não ter dado resposta negativa. A semana do calendário sartorês pode ter 15 ou 20 dias, mas não muito mais do que isso, porque o partido precisa se organizar e não pode chegar até a convenção sem saber o que esperar dele.
Um fato novo que anima os defensores da candidatura ao Senado é a desistência da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB). Como a direita está dividida, cada candidato a menos do centro para a esquerda favoreceria os remanescentes. Apesar de Sartori e Manuela estarem em campos políticos distintos - ele inclusive associou seu nome ao de Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2018 - o MDB acredita que não é absurdo imaginar eleitores que simpatizam com Manuela votando no ex-governador, já que o PT e o PCdoB não têm um substituo competitivo até aqui.
O silêncio de Sartori se estende à imprensa. Desde que deixou o Palácio Piratini ele não deu entrevistas. Perguntado pela coluna sobre a resposta, ignorou a mensagem, apesar de o marcador do celular indicar que olhou o WhatsApp mais de uma vez depois de ter sido enviada.