A bancada do MDB na Assembleia pediu ao Piratini a retirada do regime de urgência do projeto que autoriza a transferência de R$ 495,1 milhões dos cofres do Estado para a duplicação e conservação de rodovias federais. O apelo foi feito pelo líder emedebista no Legislativo, deputado Carlos Búrigo, ao secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, em reunião na terça-feira (26).
O projeto é alvo de polêmica e resistência entre diferentes bancadas da Assembleia e passaria a trancar a pauta de votações a partir da próxima terça-feira (3), uma vez que o projeto foi protocolado em regime de urgência e precisa ser apreciado em até 30 dias. Na prática, o pedido da bancada do MDB é uma forma de adiar a discussão e ganhar tempo.
— Sugerimos ao governo que tire o regime de urgência do projeto das estradas. O governo disse que vai analisar. Ficamos de conversar depois das audiências públicas, ouvindo lideranças empresariais e políticas — disse Búrigo à coluna.
Como mostrou a coluna nas últimas semanas, deputadas de bancadas como PT, MDB, PP, PL, PDT, PSB e Novo já anunciaram resistência ao projeto. O Piratini argumenta dizendo que as obras federais selecionadas para receber recursos do Estado são "estruturantes" para qualificar a infraestrutura do Estado.
O chefe da Casa Civil disse que o que o governo está dialogando muito para, na terça-feira, sentir se [é possível votar o projeto:
_ Se tivermos uma unidade o quanto antes, teremos obras e conclusões para sociedade antes também.
Reajuste de 6% para servidores
Se o projeto das estradas federais enfrenta dificuldades, a impressão entre diferentes lideranças partidárias é de que o reajuste de 6% aos servidores estaduais pode ser votado e aprovado na próxima semana. O projeto também tramita em regime de urgência e passa a trancar a pauta na terça-feira.
Integrantes da base do governo pleiteiam um índice superior ao proposto pelo Piratini, mas o governador Ranolfo Vieira Júnior afirma que não dará um aumento superior ao que o Estado é capaz de pagar. A tendência é de que o projeto seja aprovado no dia 3 de maio sem mudanças. A proposta prevê 1% retroativo a 1º de janeiro e o restante a partir de 1º de abril.
O pagamento deverá ocorrer junto com o salário de maio ou em folha suplementar.