O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O tradicional almoço da bancada do MDB, nas terças-feiras, teve um convidado a mais nesta semana. O secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, foi chamado para apresentar as justificativas do Piratini sobre os principais projetos do Executivo na Assembleia. A proposta que encontra mais resistência é a que autoriza o Estado a gastar R$ 495,1 milhões em rodovias federais.
Lemos argumentou que o investimento dos recursos estaduais nas BRs 116 e 290 é uma forma de combater gargalos das rodovias, como o Viaduto da Scharlau e a ponte do Rio do Sinos. O secretário disse aos deputados do MDB que as obras tornarão o trânsito mais seguro e eficiente.
— Hoje foi o dia de ouvir. Nós ponderamos por que esse recursos não são colocados nas estradas estaduais. O governo disse que onde tinha projeto já foi colocado recurso — conta o líder da bancada do MDB, Carlos Búrigo.
Outro assunto levantado na conversa foi o resultado do leilão da concessão das rodovias na Serra, tema que causa desconforto a deputados emedebistas em razão do valor considerado elevado dos pedágios. Lemos disse aos parlamentares que o aumento dos custos e a alta do petróleo justificam o baixo deságio e o preço nas cancelas que irá variar entre R$ 6,85 e R$ 9,83.
— O valor ficou muito alto para ir à Serra. Pedimos para que o Estado possa fazer uma avaliação sobre essas questões, ouvir a comunidade — disse Búrigo.
Lemos esteve com a bancada emedebista por cerca de duas horas. O secretário deixou a reunião ao mesmo tempo que os deputados, por volta das 14h. A bancada deve se reunir na próxima semana para debater internamente como irá se posicionar em relação aos dois assuntos.
— O Estado não está deixando de investir em suas rodovias, afinal temos obras em mais de 3.360 km de rodovias, e no caso das BRs o benefício direto são dos gaúchos. Continuaremos dialogando para demonstrar os benefícios à nossa sociedade — reforçou o chefe da Casa Civil.
Reajuste de 6% aos servidores
O terceiro tema tratado na reunião foi o reajuste aos servidores estaduais. Artur Lemos explicou aos deputados que 6% é o máximo que o governo estadual pode oferecer em 2022 por exigência da lei eleitoral e pelo limite das contas do Estado.
No final de março, o Piratini propôs um aumento linear de 6% ao funcionalismo. Parlamentares da base pressionam por um percentual maior, de até 10,06%, mas o governo dá sinais de que dificilmente o índice será elevado.