Descontente com o resultado do leilão que irá conceder à iniciativa privada seis rodovias na Serra e no Vale do Caí, o deputado estadual Tiago Simon (MDB) sugere a anulação do pregão vencido pelo consórcio Integrasul na quarta-feira (13). Em nota, Tiago afirma que os valores dos pedágios ficaram muito elevados em razão do baixo deságio ofertado pela proposta ganhadora.
— A alternativa agora é não assinar o contrato. O governo tem essa prerrogativa. O governo recebeu a proposta, se na avaliação dele não contempla o interesse público, pode recusar — diz o deputado.
O chamado bloco 3 terá seis pedágios. Os valores irão variar entre R$ 6,85 e R$ 9,83. O consórcio Integrasul ofereceu desconto de apenas 1,3% sobre o valor base das tarifas de pedágio.
Tiago avalia que o governo escolheu "o momento errado" para fazer o leilão, considerando o cenário de inflação, preço elevado dos insumos e Guerra na Ucrânia. Nos dias que antecederam o certame, o parlamentar tentou, sem sucesso, convencer o governo a adiar para reescrever o edital. O deputado do MDB reconhece a importância das duplicações e viadutos para o desenvolvimento da região serrana, mas afirma que o alto custo pode pesar no bolso das comunidades e de empresários.
Governo não pretende voltar atrás, diz secretário
Secretário de Parcerias do Estado, Leonardo Busatto assegura que o governo não deixará de assinar o contrato com o consórcio que venceu o leilão. Busatto afirma que o custo com mortes, acidentes de trânsito e engarrafamentos é maior que o valor que será cobrado nas praças de pedágio.
— O governo não tem intenção nenhuma de não assinar o contrato — destaca.
Mais cedo, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, o secretário de Parcerias disse que, em tese, o Estado poderia não assinar o contrato. Destacou, porém, que isso prejudicaria a credibilidade do Rio Grande do Sul em futuras concessões e obrigaria o Estado a indenizar o consórcio que venceu o processo.
— Todos os estudos e o custo que a empresa teve para fazer uma proposta, isso teria que ser calculado e indenizado — explica.