Desde que decidiu romper o contrato com a Cais Mauá do Brasil, por descumprimento de cláusulas por parte dos investidores, o governador Eduardo Leite diz que uma das inspirações para o projeto do futuro da área é o Brooklyn Bridge Park, às margens do Rio Hudson. Nesta segunda-feira (7), Leite visitou a área acompanhado dos secretários que estão em Nova York e conheceu detalhes do modelo de negócio que viabilizou a transformação da área degradada de um porto abandonado em um parque aprazível, frequentado por 5 milhões de pessoas por ano.
A área foi concedida ao setor privado por 99 anos, com autorização para construir prédios comerciais e residenciais em 10% do terreno. É um modelo semelhante a esse que Leite quer adotar no Cais Mauá, com a diferença de que os terrenos serão vendidos para financiar a recuperação dos armazéns. No Brooklyn Bridge, os armazéns foram derrubados, depois de 20 anos de discussões e 10 de construção. A área se transformou em um parque de lazer com bares, restaurantes, píeres e espaço para caminhadas e piqueniques.
Leite disse que o tempo gasto em debates sobre o futuro do Cais Mauá não é diferente do que ocorre nos Estados Unidos, que tem um setor privado com sede de investir e com mais facilidades do que no Brasil:
— Tenho segurança de que a gente vai conseguir ultrapassar os desafios que enfrentamos para entregar um parque renovado a partir do cais.
O secretário de Parcerias, Leonardo Busatto, lembrou que os investidores privados ficarão responsáveis pela manutenção das áreas públicas. Destacou que, no caso do Cais Mauá, as construções ocuparão menos de 10% da área. A expectativa é de que, conforme as áreas públicas forem sendo liberadas, diminuam as resistências, como ocorreu com o Brooklyn Bridge.
A previsão do governo é lançar o edital até o final deste ano.