Às vésperas do ato que dará largada na pré-campanha, a candidatura do ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (PL), a governador sofreu o primeiro baque: o senador Luis Carlos Heinze (PP), que disputa com ele o voto do eleitorado conservador, foi mais rápido e conquistou o apoio do PTB. A aliança de compromisso do PP com o PTB será selada nesta sexta-feira (18), com a presença da provável candidata a vice de Heinze, a vereadora Tanise Sabino, do marido dela, o deputado Elisandro Sabino, e do presidente estadual do PTB, Edir Oliveira.
Onyx vinha negociando com a direção nacional do PTB e com os irmãos Divaldo e Luís Augusto Lara - este último, que perdeu o cargo de deputado estadual por decisão da Justiça Eleitoral. Outros que poderiam ser interlocutores debandaram para outros partidos, inclusive o PL de Onyx, caso do deputado federal Marcelo Moraes, da deputada estadual Kelly Moraes e do ex-prefeito de Santa Cruz do Sul Sergio Moraes.
Com o casamento do PTB com o PP, Onyx perde em quatro frentes: tempo de rádio e TV, um ativo valioso em qualquer eleição, dinheiro do fundo eleitoral, capilaridade no interior e inserção no eleitorado evangélico. Os Sabino são ligados à Assembleia de Deus. A igreja de Onyx em Brasília, a Sara Nossa Terra, não tem força no Rio Grande do Sul.
Heinze e Onyx travam uma disputa particular pelo apoio do Republicanos (antigo PRB), partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, outra máquina eleitoral. O Republicanos foi o partido escolhido pelo vice-presidente Hamilton Mourão para concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
O general diz em tom diplomático que tem boas relações com Heinze e Onyx, mas a relação dele com o ministro do Trabalho está longe de ser se amizade ou de admiração. Em Brasília, se diz que “Mourão detesta Onyx e é correspondido”.
No convite enviado pelo grupo de Onyx para o ato marcado para o dia 22 de março, no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, o nome do partido foi substituído por Frente Liberal.
O dado curioso é que Frente Liberal foi, na origem, o nome do grupo dissidente do PP (à época PDS), liderado pelo senador Marco Maciel (PE), que viria a ser vice de Fernando Henrique Cardoso pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Mais tarde, quando o PFL virou DEM, o grupo de Onyx no Rio Grande do Sul passou a se identificar como Frente Liberal.
O PL de Onyx e do presidente Jair Bolsonaro é o mesmo de Valdemar Costa Neto, figurinha carimbada que já se aliou ao PT e foi um dos protagonistas do escândalo do mensalão.
Aliás
Também no dia 22, Onyx assumirá a presidência estadual do PL, no lugar do deputado federal Giovani Cherini. Cherini passará a ser vice-presidente do partido, e deve reassumir o comando depois da eleição.
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