O cenário montado pelos tucanos na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul, no sábado (12), lembrava uma convenção de escolha de candidato, mas era só mais um ato da série para convencer o governador Eduardo Leite a esquecer o que disse e concorrer à reeleição.
Auditório lotado, militantes com cartazes produzidos em série com as inscrições “Fica PSDB”, “Mais 4 anos PSDB”, “Não dá pra mudar, fica PSDB” e “RS+PSDB” e discursos empolgados marcaram o sábado dos tucanos. Não se ouviu uma só voz defendendo a entrega da cabeça de chapa ao MDB.
Leite recebeu dos prefeitos uma carta pedindo para que seja candidato. No documento, com o título “O futuro é o presente”, os prefeitos pedem que o governador reconsidere a decisão de não concorrer para preservar o legado do PSDB.
O ex-prefeito Nelson Marchezan levantou o auditório com um discurso incisivo dizendo que Leite não pode correr o risco de deixar o Estado retroceder. Paula Mascarenhas, de Pelotas, foi na mesma linha, mas não descartou a possibilidade de ser candidata se Leite resolver disputar a Presidência da República.
Os movimentos de base do PSDB uniram-se aos deputados estaduais para defender a reeleição, destacando as realizações do governo, como a quitação de débitos da saúde, o pagamento em dia dos servidores e os investimentos realizados e previstos.
Pré-candidato a governador, o vice Ranolfo Vieira Júnior destacou a parceria com Leite, lembrou dos resultados obtidos até o momento, em especial na segurança pública, e disse que o trabalho não pode ser interrompido:
— Não podemos abrir mão de ter o PSDB na cabeça da chapa ao governo do Rio Grande do Sul neste ano. Vamos quebrar dois paradigmas: reeleger o governador e vencer no primeiro turno.
Presente ao encontro, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, disse que Leite é o mais preparado e vocacionado entre a maioria dos políticos na cena nacional:
— Por sua juventude, o governador também é o político com mais perspectiva na vida pública do país. O PSDB nacional vai apoiar o governador à reeleição e preparar o caminho para futuramente ver Eduardo Leite na Presidência.
Último a falar, Leite manteve o tom ambíguo de quem ainda está avaliando o que fazer. Falou dos desafios de sua gestão, disse que podia ficar horas falando do que foi feito, “sem brigas e com base no diálogo”, e deixou no ar a certeza de que cogita, sim, concorrer à reeleição:
— Há em mim a convicção de que não podemos perder os resultados conquistados até aqui. Também tenho certeza que o futuro nos guarda algo bom, para seguir avançando. Não vou abrir mão da responsabilidade que tenho com os gaúchos no contexto político, seja como candidato ou ajudando ao lado de quem for liderar o processo, defendendo nosso legado.