Até aqui restrito às conversas de bastidores, o movimento pela reeleição do governador Eduardo Leite se materializou na noite desta quarta-feira (9), em um jantar no Armazém 7 do Cais Mauá, área do Embarcadero. Duas dezenas de empresários de diferentes setores e sete integrantes da equipe de Leite participaram do encontro, que só não foi maior porque a pandemia restringiu a participação.
Entre os empresários, estavam representantes da indústria, do comércio, dos serviços e do agronegócio, como José Galló, Bruno Zaffari, Carla Tellini, Dody Sirena e Gilberto Petry.
Em nome do grupo, o coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Farsul, Domingos Velho, leu um discurso redigido a muitas mãos e foi aplaudido com entusiasmo. Domingos começou falando da pandemia e destacou:
— O senhor foi criticado por uns (injustamente, muitas vezes); elogiado por outros. E nunca perdeu o rumo, nunca perdeu o tom. Tem sido timoneiro e maestro. Tem conduzido o Rio Grande do Sul com segurança no meio da maior crise sanitária da história recente.
Domingos disse que chega a ser inacreditável ver que depois de 57 meses os salários estão sendo pagos em dia, as pendências dos hospitais foram quitadas, a alíquota majorada de ICMS ficou no passado, as reformas e as privatizações deslancharam.
— Ao mesmo tempo em que lhe agradecemos, queremos pedir. Sim, queremos pedir que o senhor lidere o processo de sucessão ao governo do Rio Grande do Sul. Não podemos e não queremos voltar a um período de incertezas e de desânimo. Gostaríamos de pedir abertamente — em alto e bom som — que o senhor reconsiderasse a decisão de não concorrer à reeleição.
Os presidentes da Fiergs, Gilberto Petry, e da Sociedade de Engenharia, Walter Lidio Nunes, reforçaram o apelo para que Leite seja candidato.
— Se o meu gestor é bom e traz resultados, eu quero mais é que ele fique — disse Petry, comparando a gestão do Estado à de uma empresa.
Leite agradeceu a homenagem, afirmou que considerava o pedido para reconsiderar a decisão de não concorrer como um elogio, mas não disse sim nem não:
— Mais do que nomes, importa a continuidade do projeto.
Confira a íntegra do discurso lido por Domingos Velho:
"Governador, chegamos a praticamente dois anos de pandemia. E uma pandemia que testou duramente a todos nós de diversas formas: desde a estritamente pessoal à macroeconômica. O senhor foi criticado por uns (injustamente, muitas vezes); elogiado, por outros. E nunca perdeu o rumo, nunca perdeu o tom. Tem sido timoneiro e maestro. Tem conduzido o Rio Grande do Sul com segurança no meio da maior crise sanitária da história recente.
Chega a ser quase inacreditável olhar para o Estado hoje e perceber que, sim, viramos o jogo. Chega ser quase inacreditável olhar para o Estado hoje e perceber que, depois de 57 meses de atrasos e parcelamentos, os salários do funcionalismo estão sendo pagos rigorosamente em dia. Os hospitais agora podem pagar corretamente os fornecedores porque corretamente recebem do Estado. Chega a ser quase inacreditável ver que, de fato, a alíquota majorada do ICMS ficou no passado. Mais: ver que privatizações e reformas sonhadas saíram do papel. O Rio Grande do Sul recuperou o fôlego, redobrou o ânimo.
De um cenário de incertezas trazido pela pandemia e suas consequências, chegamos ao equilíbrio fiscal e à retomada da capacidade de investimento – os recursos do Avançar RS e as projeções nas paredes deste armazém estão aí para testemunhar. Fruto do trabalho em equipe dos profissionais que lhe acompanham, governador. Profissionais dos blocos político e técnico. Fruto direto da sua liderança. Fruto direto da sua capacidade não apenas de planejar, mas de executar. Como gaúchos, somos gratos por isso.
E justamente para lhe agradecer nasceu a ideia desta noite, deste jantar. Para lhe agradecer e reconhecer o tanto bem feito até aqui. Temos, ainda, muito a crescer e a superar, certamente. Mas demos passos importantíssimos, fundamentais.
Por isso, governador, ao mesmo tempo em que lhe agradecemos, queremos pedir. Sim, queremos pedir que o senhor lidere o processo de sucessão ao governo do Rio Grande do Sul. Não podemos e não queremos voltar a um período de incertezas e de desânimo. O momento é de consolidar as reformas e os avanços conquistados nestes três anos. Romper com o modelo de gestão responsável e de entregas concretas aos gaúchos seria um retrocesso terrível, que traria consigo um alto custo social a ser pago.
Sem desmerecer qualquer liderança envolvida neste processo sucessório (e são várias, o que é bom), gostaríamos de pedir abertamente – em alto e bom som – que o senhor reconsiderasse a decisão de não concorrer à reeleição. É um desejo nosso, que encontra eco em grande parte da população gaúcha, como as pesquisas têm atestado.
Sob sua liderança, o Rio Grande do Sul hoje pode olhar com altivez, de cabeça erguida, para o resto do país. E esse resgate do orgulho de ser gaúcho, governador, é um patrimônio imaterial reconquistado, reavivado. É um legado que não pode correr o risco de se perder no caminho da história.
Pelo que passou e pelo que há de vir, muito, mas muito obrigado, governador Eduardo Leite!"