Prefeitos de diferentes regiões do Rio Grande do Sul ganhariam muito se parassem duas ou três horas para ouvir o colega de Passo Fundo, Pedro Almeida (PSD), 44 anos, e seu secretário de educação, o professor Adriano Canabarro Teixeira, sobre o conjunto de projetos que devem deslanchar a partir de março. Elaborados ao longo de 2021, na perspectiva de fazer da rede municipal uma referência em ensino de qualidade por meio da ciência, da tecnologia e da inovação, esses projetos conversam entre si e começam por um plano de combate à desigualdade educacional.
A partir da constatação de que a covid-19, com escolas fechadas por quase dois anos, provocou atrasos que não podem esperar 10 anos para serem recuperados, a prefeitura criou mecanismos de enfrentamento à desigualdade, “para não deixar ninguém para trás”. Uma das iniciativas mais inovadoras é o Centro pós-covid, um espaço multidisciplinar dedicado ao tratamento especializado de questões psicopedagógicas decorrentes do coronavírus para alunos da Educação Infantil ao 9º ano.
— Quando o professor percebe que está diante de uma criança que não aprende ou regrediu porque está traumatizada pelo isolamento, pela violência doméstica ou por ter perdido algum familiar, a coordenação pedagógica avalia esse aluno e encaminha para o Centro pós-covid — detalha o secretário Adriano Teixeira.
Nesse centro, as crianças passam pela avaliação médica e recebem a indicação para tratamentos especializados com fonoaudióloga, nutricionista, psicólogo ou psiquiatra. Esses serviços são oferecidos na rede pública, mas a criança não precisará ir para a fila: o atendimento será feito no próprio centro, com acompanhamento de assistentes sociais.
Para as crianças que têm dificuldade de aprendizagem identificada na avaliação diagnóstica, mas sem indícios de trauma da covid, a prefeitura já oferecia atendimento individualizado no turno inverso. A novidade agora são os professores youtubers, que criam conteúdos digitais e ensinam por videoconferência, em horários marcados, para que todos os que têm defasagem em determinadas habilidades possam assistir.
Os que não têm equipamentos ou internet de boa qualidade em casa, vão para a escola e acompanham essas aulas em notebooks comprados pela prefeitura.
Foram investidos R$ 12 milhões na compra de notebooks, tablets, TVs, projetores, reestruturação da rede lógica das escolas, soluções digitais de apoio ao ensino e formação de professores. Esse ponto é crucial para o sucesso dos projetos: a preparação dos educadores.
— Não adianta gastarmos com equipamentos sofisticados, se os professores não forem treinados para utilizar essas tecnologias — diz o secretário da Educação.
Para além da covid, o foco da prefeitura de Passo Fundo, que integra a rede Cidades Educadoras, é a preparação dos alunos para viver em um mundo tecnológico. É o que o prefeito Pedro Almeida define como formação do cidadão do século 21. Por isso, desde cedo as crianças aprendem robótica e programação e desenvolvem projetos para colocar em prática os conhecimentos.
Na Escola das Profissões, os alunos que mais se destacam são convidados a participar de curso de inglês, espanhol, mandarim, programação de computadores e internet das coisas.
— Queremos colocar nossos alunos em situação de vantagem e prepará-los para a vida no mundo digital — sintetiza o prefeito.
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