O discurso do ex-vice-governador José Paulo Cairoli, no encontro do MDB em Cruz Alta, na sexta-feira, não deixa dúvida: seu candidato a governador na eleição de 2022 é José Ivo Sartori, mas, se ele não aceitar, apoia Alceu Moreira, sem necessidade de prévias. Cairoli manifestou a esperança de que o ex-governador aceite concorrer:
— Sartori não é um homem que decide tão rapidamente. Conheci ele ao longo deste período. É muito sensato nas posições dele e pra mim é um patrimônio político não do MDB, mas do Rio Grande do Sul.
Em seguida, elogiou o trabalho de Alceu Moreira e revelou que ele é sua segunda opção:
— Eu acho que se nós tivermos, em respeito e consideração ao trabalho que Alceu Moreira tem feito pelo MDB, em homenagem a ele, não deveria ter prévia se ele for candidato a governador. Eu defendo essa posição: se o Sartori não for candidato e o Alceu vier a ser candidato, não tenhamos prévia. Se tu és líder para nos guiar, tu és líder para fazer este Estado andar.
Sartori tem dito que não será candidato e que o MDB precisa se renovar. Caso mude de ideia e seja eleito, o ex-governador pagará para trabalhar. Ele é o último ex-governador a receber pensão vitalícia, equivalente ao subsídio de um desembargador. Se concorrer a qualquer cargo público e se eleger, terá de abrir mão desse benefício enquanto estiver no mandato.
Curiosamente, no Rio Grande do Sul o governador em exercício ganha menos do que os ex-governadores ou as viúvas dos que já morreram. O vencimento bruto de Eduardo Leite é de R$ 25.322,25. Com o desconto do Imposto de Renda, do IPE Saúde e do INSS, restam R$ 17.897,84. Sartori ganha R$ 30.471,11 de pensão especial e ainda tem direito a 13º salário. Com os descontos, recebeu no mês de outubro R$ 25.276,25. O ex-governador tem ainda um segundo contracheque, de R$ 6.704,17 brutos, do antigo Feppa, um fundo de pensão dos deputados estaduais, já extinto, mas que segue pagando a quem já tinha direito adquirido. Esse valor ele poderá continuar recebendo se for eleito para outro cargo.