Assim respondeu, no Twitter, Eduardo Leite à nota "Marca o Leite", publicada na coluna de Lauro Jardim, de O Globo, segundo a qual o ex-presidente Lula determinou aos petistas gaúchos que não poupem o governador gaúcho, que está correndo solto sem que o partido ofereça uma resistência mais aguerrida: "Obrigado Lula por estar preocupado comigo. Você tem razão nesse ponto. Estamos crescendo porque vamos unir o Brasil. Pacificaremos o país que dividiram ao insistirem nessa visão de mais destruir do que de construir".
A orientação aos petistas é compararem os governos de Tarso Genro e Olívio Dutra com o de Leite, para mostrar que o PT fez mais.
Se Leite ainda nem ganhou a prévia do PSDB, por que a preocupação com um candidato que nas redes sociais petistas e bolsonaristas é desdenhado com frases do tipo "este não se elege nem vereador"?
A resposta é simples. Lula quer enfrentar no segundo turno o presidente Jair Bolsonaro, contando que o desgaste apontado em todas as pesquisas vai crescer. E Bolsonaro prefere ter Lula como adversário porque acredita que a alta rejeição do ex-presidente permitirá repetir 2018, quando foi eleito pelo voto anti-PT. Os dois sabem que há uma parcela significativa do eleitorado que não quer nenhum nem outro, mas ainda não encontrou um candidato para chamar de seu. Leite está longe de ser considerado favorito, mas é o desconhecido que pode surpreender, tem a simpatia do mercado financeiro e de grandes empresários e poderia representar uma ameaça aos dois que lideram as pesquisas.
Nas redes sociais, militantes petistas e bolsonaristas tentam desqualificar o governador por questões pessoais e administrativas. Quando Leite tornou público que é gay, petistas que sempre militaram em favor do respeito aos homossexuais correram a acusar o governador de estar sendo oportunista, de só ter "saído do armário" porque é candidato ou de nunca ter feito nada pela população LGBT+. Bolsonaristas optaram pelo ataque puro e simples, com postagens eivadas de preconceito.
Até aqui, a bancada do PT na Assembleia fez oposição moderada a Eduardo leite. No ano passado, foi o PT que garantiu a prorrogação das alíquotas majoradas de ICMS por mais um ano, em troca da aprovação de uma emenda que garantia recursos para a compra de vacinas contra a covid-19. No fim, os governadores não conseguiram encontrar fornecedores e todas as doses foram fornecidas pelo governo federal.