O prédio inacabado conhecido como Esqueletão, que fica no centro de Porto Alegre, será desocupado na manhã de domingo (26) pela prefeitura. Até lá, todos os moradores e comerciantes devem deixar o edifício, que será posteriormente avaliado pelo Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) da UFRGS, encarregado de emitir um laudo técnico sobre a estrutura.
A desocupação ocorre por força de decisão judicial proferida no mês passado, que deu 30 dias para que o prédio fosse esvaziado. De acordo com o secretário do Planejamento, Cezar Schirmer, o prazo termina neste sábado (25). Tratada de forma reservada na prefeitura até então, a ação contará com o apoio da Brigada Militar, que deve intervir em caso de resistência.
— Nossa expectativa é de que não precise de nenhuma operação e de que todos saiam até o prazo estabelecido pela decisão judicial — diz Schirmer.
De acordo com o secretário, depois da desocupação, a prefeitura vai colocar tapumes ao redor do prédio e providenciar o corte do fornecimento de água e energia elétrica, para evitar invasões. A Guarda Municipal já está monitorando os arredores do edifício.
Nesta manhã, ainda havia dois moradores e três comerciantes no prédio. Todos já estariam mobilizados para deixar o local. Após a desocupação, a prefeitura aguardará o laudo da equipe do Leme para decidir o destino do Esqueletão. O documento deve ficar pronto até o final do ano.
— O Esqueletão tal qual conhecemos está com os dias contados. Ou vai ser demolido, ou vai ser concluído, se o laudo disser que está em condições — afirma Schirmer.
O destino do imóvel é um dos focos de trabalho da prefeitura desde o início do governo de Sebastião Melo. Disposto a melhorar a zeladoria e a estética da Capital, o prefeito citou o prédio no dia da posse, como exemplo do que deveria mudar na cidade.
– Ou os proprietários arrumam o prédio, ou ele virá para o chão. Assim não vai ficar – prometeu Melo, na ocasião.
Histórico do Esqueletão
Denominado edifício Galeria XV de Novembro, o Esqueletão é um prédio privado que começou a ser construído na década de 1950, mas nunca foi concluído. Dos 19 pavimentos , os três primeiros são ocupados por moradias, algumas em situação precária, e os demais vazios. No térreo, há um centro comercial, com lojas ocupadas por proprietários e inquilinos.
A Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avalia o imóvel, que tem área superior a 13 mil metros quadrados, em cerca R$ 3,4 milhões. Só em impostos, a dívida do edifício supera R$ 1,94 milhão.
Laudo técnico produzido na gestão de Nelson Marchezan apontou que ele tem a estrutura comprometida e corre risco crítico de desabamento. O Ministério Público pediu ainda em 2018 a desocupação do imóvel.
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