O último fim de semana de maio marcou a confirmação da debandada no PTB, ensaiada desde que o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, atacou o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior por sua lealdade ao governador Eduardo Leite e decretou intervenção no diretório estadual.
Além da Ranolfo, que também é secretário de Segurança Pública a pré-candidato a governador, a reunião do fim de semana confirmou a saída do deputado federal Maurício Dziedricki, dos estaduais Aloísio Classmann, Luís Augusto Lara e Dirceu Franciscon, do ex-prefeito de Guaíba José Sperotto e dos secretários Ronaldo Santini (Turismo), Luiz Carlos Busato (Articulação e Apoio aos Municípios), Regina Becker (Justiça, Cidadania e Direitos Humanos) e Agostinho Meirelles (Apoio à Gestão Administrativa e Política).
Os deputados federais e estaduais já informaram a saída a Jefferson, mas aguardam a forma legal de formalizar a desfiliação sem colocar em risco seus mandatos. Os que não possuem mandato eletivo já estão protocolando a desfiliação nas respectivas zonas eleitorais. Nos próximos dias, os dirigentes estaduais que estão deixando a sigla irão procurar prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e demais nomes do PTB no estado para informarem os próximos passos do grupo.
O destino de cada um vai depender das conveniências políticas, avaliadas de acordo com o cenário eleitoral, mas a maioria está a caminho do PSDB. Além de Ranolfo, o PSDB deve atrair Lara, Classmann, Regina, Santini, Meirelles e Sperotto. Busato e Dirceu Franciscon estão praticamente acertados com o Republicanos, mas ainda não pode ser descarta a entrada dos dois no PSDB. Dziedricki fechou com o Podemos.
Mesmo que escolham partidos diferentes, todos estarão juntos no projeto de 2022. Como Eduardo Leite não será candidato à reeleição, a expectativa é de que apoiem Ranolfo a partir do fortalecimento do PSDB com o ingresso de prefeitos e vereadores que deixarão o PTB.
Lara disse à coluna que ainda não tomou a decisão:
– Assumi um compromisso com deputados, prefeitos e vereadores de que faremos encontros híbridos com as bases para definir o rumo que tomaremos a partir de março. Nossa fusão com outro grupo político no Estado é importante e pode fazer nascer as maiores bancadas, estadual e federal do Rio Grande do Sul. Antes de março, quem tem mandato não poderá formalizar a saída para ingressar em outro partido.