O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A fragmentação partidária e ideológica do contingente de vereadores eleitos no último domingo (15) ampliou o desafio do próximo prefeito ou prefeita de Porto Alegre de consolidar uma base de apoio na Câmara Municipal. Ao todo, 18 partidos garantiram assento na próxima legislatura, uma média de dois vereadores por bancada. Na eleição passada, foram eleitos parlamentares de 16 partidos e, em 2012, 13 legendas constituíram representação no Legislativo.
No governo atual, embora tenha conseguido aprovar projetos polêmicos, como a revisão da planta de valores do IPTU e reformas nas carreiras e previdência do funcionalismo, o prefeito Nelson Marchezan passou boa parte da gestão sem maioria na Câmara. Em parte, isso explica a abertura do processo de impeachment no ano eleitoral.
Entre os dois candidatos que disputam o segundo turno, Sebastião Melo (MDB) larga com vantagem na tarefa de prospectar integrantes de uma futura base aliada, pelo menos no quesito numérico. Somados, os partidos que integram sua coligação e os que manifestaram apoio ao deputado no segundo turno elegeram 18 vereadores. Manuela D’Ávila (PCdoB), por sua vez, conseguiu o apoio de siglas que, juntas, somam 12 parlamentares.
Nos dois casos, entretanto, a adesão dos aliados de segundo turno ao futuro governo não será automática. Além disso, há outros seis vereadores cujos partidos não manifestaram apoio institucional no turno decisivo e já declararam independência na próxima legislatura.
Até o momento, portanto, nenhum dos dois concorrentes tem garantia de que, se vencer, conseguirá chegar ao número mágico de 19 vereadores aliados, suficiente para aprovar a maioria dos projetos enviados pelo Executivo à Câmara — ou, como se viu no governo Marchezan, evitar a abertura de um processo de impeachment.
Mais longe ainda estão de arregimentar 25 apoiadores, contingente capaz de impedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pode fustigar um eventual governo.
Aliás
Caso atuem em conjunto, os quatro vereadores eleitos pelo PSDB podem se tornar o fiel da balança em votações importantes no próximo governo. Em nota, o partido adiantou que, com Melo ou Manuela, terá uma bancada independente. Individualmente, dois dos quatro tucanos eleitos (Kaká D’Ávila e Ramiro Rosário) já declararam voto em Melo no segundo turno.
Posição dos partidos
Apoiam Melo – Siglas que elegeram 18 vereadores
MDB – 3
DEM – 1
Cidadania – 1
PRTB – 1
Solidariedade – 1
PP – 2
PTB – 3
Republicanos – 2
PSD - 1
PSB – 1
PL – 1
PSL - 1
Apoiam Manuela – Siglas que elegeram 12 vereadores
PCdoB – 2
PT – 4
PSOL – 4
PDT – 2
Independentes* - Siglas que elegeram seis vereadores
PSDB – 4
Novo – 2
*Os dois eleitos pelo Novo e dois dos quatro eleitos pelo PSDB abriram voto em Melo no segundo turno
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