O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Já tem local definido a sede da primeira delegacia especializada em crimes de intolerância no Rio Grande do Sul. O órgão ficará no número 918 da Avenida Presidente Franklin Roosevelt, no Bairro São Geraldo, zona norte de Porto Alegre. A criação da delegacia foi anunciada pela chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na última sexta-feira (20).
A data marcou o Dia Nacional da Consciência Negra e coincidiu com a repercussão do homicídio contra João Alberto Silveira Freitas, um homem negro, espancado até a morte na noite anterior no supermercado Carrefour do bairro Passo D'Areia, na Capital.
O prédio da nova delegacia já sediou a Delegacia de Proteção ao Consumidor (Decon), que, posteriormente, foi transferida para a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Avenida das Indústrias.
Pelo Twitter, o governador Eduardo Leite informou que a inauguração da delegacia será no dia 10 de dezembro, dia internacional dos Direitos Humanos. De acordo com Leite, a delegacia estará vinculada ao Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis implantado em 2019, que já abrange delegacias das Mulheres, das Crianças e Adolescentes e dos Idosos.
"Essa Delegacia terá exclusividade na investigação de crimes de preconceito e discriminação ocorridos na Capital. Temos orgulho da diversidade do nosso povo e o Governo do RS vai agir com firmeza e de forma pedagógica contra os intolerantes", escreveu o governador.
O ato de inauguração, no dia 10, está agendado para as 11h. Entre as atividades da nova delegacia, estão a investigação de crimes como injúria racial e homotransfobia.
A unidade será a primeira do Estado especializada em crimes de intolerância mas, conforme a chefe de polícia, a capacitação para atender crimes do gênero já está sendo colocada em prática em outras unidades do RS.
— Há muito tempo exigiam e cobravam muito da nossa instituição neste sentido. Os crimes acontecem e muitas vezes não conseguimos ter sequer estatísticas criminais com relação a eles. (...) A gente vai conseguir pelo menos conversar um pouco mais sobre esses crimes e explicar para as pessoas que muitos atos que elas fazem no dia a dia são atos de intolerância — explicou Nadine, na entrevista à Gaúcha.
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