A duas semanas da eleição, a nova pesquisa do Ibope em Porto Alegre constatou que a vantagem da candidata Manuela D’Ávila (PCdoB) sobre os adversários se ampliou e que a disputa pela outra vaga no segundo turno se mantém acirrada entre Nelson Marchezan (PSDB), Sebastião Melo (MDB) e José Fortunati (PTB). Como o percentual de indecisos caiu de 11% para 8% e o de brancos e nulos baixou de 13% para 8%, restam poucas chances de os outros nove candidatos se aproximarem do quarteto.
Manuela passou de 24% para 27%. Três candidatos estão tecnicamente empatados, com pequena variação na ordem em relação à pesquisa anterior: Nelson Marchezan, que estava em quarto lugar, passou de 9% para 14% e alcançou Sebastião Melo, que subiu de 11% para 14%. José Fortunati caiu de 14% para 13%. Como a margem e erro é de três pontos percentuais, Marchezan, Melo e Fortunati estão tecnicamente empatados e se descolaram dos demais concorrentes.
A solidez da candidatura de Manuela se expressa na pesquisa espontânea, em que o entrevistado responde em quem pretende votar, sem ver a lista de candidatos. Nessa simulação, Manuela lidera com 20%, Marchezan tem 12%, Melo, 10% e Fortunati, 7%.
Em uma campanha em que a propaganda de rádio e TV recuperou a importância, pela limitação das atividades de rua, a qualidade das produções explica, em parte, a consolidação de Manuela no primeiro turno e de Marchezan, Melo e Fortunati na briga pela segunda posição. Todos os candidatos tiveram maior exposição em debates e entrevistas que deixam as fragilidades mais evidentes.
No segundo pelotão, todas as variações ocorreram dentro da margem de erro. Juliana Brizola, que na pesquisa anterior estava em quinto lugar, com 5%, perdeu um ponto, apesar de ter garantido um bom espaço de rádio e TV na aliança com o PSB. A insistência em apontar o “diálogo” como solução para todos os problemas evidenciou a falta de propostas concretas.
Outro que encolheu foi João Derly, com uma campanha sem norte e patética em certos momentos, apresentando-se como alternativa para os que estão descrentes na política, sem apresentar propostas consistentes. Com uma comunicação deficiente e nenhum carisma, passou de 4% para o time dos nanicos, com 3%
A estratégia do vice-prefeito Gustavo Paim (PP) de se apresentar como homem de diálogo, a antítese de Marchezan, colar sua imagem na do senador Luis Carlos Heinze, que em algumas aparições na propaganda parecia ser o candidato, não funcionou. O bordão “Deu de crise”, também não colou: Paim saiu de 1% para 2%. Sem parceria, concorrendo por um partido com escasso tempo de TV, Valter Nagelstein (PSD) não decolou: tinha 3% no início de outubro e agora caiu para 2%.
Segundo turno é outra eleição
O Ibope cruzou os nomes dos quatro candidatos que aparecem em primeiro lugar para simular o segundo turno. O resultado aponta vitória folgada de Manuela na disputa direta com Marchezan (45% a 37%) e empate técnico com Fortunati (41% a 40%) e Melo (43% a 40).
Se a eleição fosse hoje, o Ibope indica que Fortunati ganharia de Melo, que foi seu vice, por 42% a 34% e de Marchezan, seu sucessor na prefeitura, por 46% a 30%.
Na hipótese de Melo e Marchezan chegarem ao segundo turno, como ocorreu em 2016, o resultado seria inverso ao da eleição passada. Melo venceria por 45% a 42%.
Números da pesquisa
Se a eleição para prefeito de Porto Alegre fosse hoje e os candidatos fossem estes, em quem você votaria?
- Manuela D’Ávila (PCdoB) - 27%
- Nelson Marchezan (PSDB) - 14%
- Sebastião Melo (MDB) - 14%
- José Fortunati (PTB) - 13%
- Juliana Brizola (PDT) - 4%
- João Derly (Republicanos) - 3%
- Fernanda Melchionna (PSOL) - 3%
- Valter Nagelstein (PSD) - 2%
- Gustavo Paim (PP) - 2%
- Júlio Flores (PSTU) - 1%
- Rodrigo Maroni (PROS) - 1%
- Luiz Delvair (PCO) - o%
- Montserrat Martins (PV) - 0%
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 29 de outubro de 2020 e ouviu 805 pessoas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o nível de confiança utilizado é de 95%. A pesquisa foi contratada pela RBS Participações S.A e registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo Nº RS‐06638/2020.
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