O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Caminho natural para os prefeitos eleitos em 2016, a busca pela reeleição não seduziu boa parte dos atuais inquilinos de prefeituras do Rio Grande do Sul. Dos 392 prefeitos gaúchos que cumprem o primeiro mandato, 285 almejam permanecer no comando de seu município, enquanto os outros 107 (27% do contingente) não tentarão renovar a estadia na cadeira que ocupam há quatro anos.
Apesar de representar uma parcela expressiva dos prefeitos, o número de gestores que estariam aptos a tentar a reeleição e declinaram é menor do que na última eleição, quando 36% não quiseram disputar um novo pleito.
Levando em conta o número total de 497 prefeitos – incluindo os 105 que estão em segundo mandato e não podem concorrer neste ano – , 57,3% das cidades gaúchas terão a chance de reeleger seus comandantes, percentual inferior à média nacional, que é de 60,7%. Os números constam em um levantamento produzido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Conforme o estudo, o Rio Grande do Sul é o sétimo Estado com o menor contingente de postulantes à reeleição para o Executivo. A menor taxa é a de Goiás, com 53,8%, e a maior é a do Amapá, com 81,2%.
Como o quadro político é diferente em cada cidade, motivos distintos levam os prefeitos aptos à reeleição a não postularem um novo mandato. Em Erechim, por exemplo, onde a eleição foi decidida por uma margem mínima de 12 votos (0,02%) em 2016, o prefeito Luiz Francisco Schmidt (PSDB) prometeu ainda no pleito anterior que não se candidataria novamente. Nesta eleição, apoia a candidatura de seu vice, Marcos Lando (PDT).
— Essa é uma decisão pessoal. Recebi diversos apelos do partido, mas sempre disse que não iria ser candidato. O vice-prefeito (Lando) nos representa muito bem — afirma Schmidt, que cogita concorrer a deputado federal ou estadual em 2022.
Outro que decidiu não concorrer novamente neste ano foi o prefeito de Gramado, João Alfredo Bertolucci, o Fedoca (PDT). Além de dizer contrário à reeleição, Fedoca recebeu aconselhamento médico para não participar do pleito, uma vez que está em tratamento por um problema cardíaco. Apesar de o vice-prefeito Evandro Moschem (MDB) se lançar candidato, Fedoca e o PDT decidiram pela neutralidade.
— Me sinto com o dever cumprido, e não tenho essa vaidade (de ser prefeito novamente), que hoje é o maior problema da política — diz Fedoca.
Em outras cidades, a motivação para que o prefeito não dispute a reeleição é estritamente política. É o caso de Ibiaçá, no Norte do Estado, onde o prefeito Claudiomiro Fracasso (PT) apoiará a candidatura do vice, Ângelo Golin (PDT), cumprindo um acerto feito pelos dois partidos em 2016. Na ocasião, os trabalhistas concordaram em apoiar o candidato do PT, mediante acordo de reciprocidade para 2020.
Aliás
Os 285 prefeitos que disputarão a reeleição no Rio Grande do Sul governam cidades que, juntas, somam 7,4 milhões de habitantes. Isso significa que, se quiser, 65% da população gaúcha poderá reeleger o gestor atual de sua cidade.
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