Duas horas de reunião não foram suficientes para que o PP definisse nesta quinta-feira (10) se mantém ou não a candidatura de Gustavo Paim a prefeito. Sem garantia de que o diretório nacional vai liberar dinheiro suficiente para bancar a campanha, Paim e líderes do partido temem se jogar numa aventura que termine em fiasco eleitoral. A decisão foi transferida para as 11h desta sexta-feira (11), mas é possível que se estenda ao longo da tarde. A convenção que homologará a decisão, seja ela qual for, está marcada para a manhã de sábado (12).
O presidente estadual do PP, Celso Bernardi, ligou para o senador Ciro Nogueira, que tem a chave do cofre e cuida da partilha dos recursos do fundo eleitoral, mas a conversa foi inconclusiva. O senador Luis Carlos Heinze reforçou o pedido. Ciro prometeu ajudar, disse que Porto Alegre terá “o maior volume possível e recursos”, mas não se comprometeu com valores, o que torna difícil manter o projeto de candidatura própria.
O impasse relembra o que ocorreu na eleição de 2018, quando o PP só definiu o que faria às 4h da manhã do dia da convenção que começava às 9h. Desta vez, a expectativa é de que a definição não demore tanto.
O problema do PP para manter uma candidatura a prefeito com recursos escassos é que terá de enxugar a verba para os candidatos à Câmara, já que precisará ajudar a financiar as campanhas dos aliados do PRTB e do Avante.
Como o que está em discussão é se a candidatura própria será ou não mantida, Bernardi não permitiu que avançasse o debate sobre quem o PP vai apoiar se Paim desistir. A tendência é a aliança com o ex-prefeito José Fortunati (PTB).
A convenção do PTB, que começa às 8h de sábado, deixará em aberto a vaga de vice para oferecer ao PP, se o partido desistir da candidatura própria. O PP vem sendo assediado também pelo MDB, mas essa hipótese esbarra em três obstáculos. Primeiro, a vaga de vice já está preenchida por Ricardo Gomes (DEM). Segundo, a saída de Gomes do partido foi tumultuada e deixou ressentimentos. Terceiro, o PP não perdoa a forma como o MDB trabalhou para inviabilizar sua aliança com o PRTB.
Outro candidato que sonha com o apoio do PP é Valter Nagelstein, do PSD, mas essa possibilidade não tem trânsito entre os progressistas. Ao PP, Nagelstein ofereceu a vaga de vice e convidou Paim para ser o coordenador da campanha, caso se confirme a desistência da candidatura própria. Se Paim sair do páreo e o PP fechar com Fortunati, como é a tendência, Nagelstein tentará atrair o PRTB, que já estava acertado com o PP, mas está sendo assediado pelo MDB.
Aliás
Assediados por interlocutores de José Fortunati e Sebastião Melo, PSL e PL mantêm a disposição de apoiar a reeleição do prefeito Nelson Marchezan, mas, porvia das dúvidas, deixaram sua convenção para o dia 16, última data possível no calendário da Justiça Eleitoral.
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GaúchaZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.