A ameaça de perder o cargo no processo de impeachment que tramita na Câmara e de ficar inelegível por oito anos não tirou o ímpeto do prefeito Nelson Marchezan de aproveitar o último dia permitido pela lei eleitoral para inaugurações e visitas a obras públicas. O prefeito escolheu obras simbólicas, em uma maratona que começou às 8h30min e acabou após as 19h.
Sem a presença dos moradores, impedidos de participar pela necessidade de distanciamento social, o prefeito levantou os cavaletes que simbolizam a entrega da pavimentação de um trecho da Avenida Ernesto Neugebauer, retomada em janeiro de 2019.
Depois, visitou o cachorródromo do Parque da Redenção e as obras de revitalização da orla do Guaíba (fase 3) . Terminou o dia na Estação de Bombeamento de Água de Belém Novo. Entre uma visita e outra, fez transmissões pela internet, participou de reuniões e deu entrevistas.
Nos últimos dias, Marchezan adotou uma estratégia considerada suicida pelos vereadores que vão decidir seu futuro. Primeiro, demitiu dezenas de CCs indicados pelos vereadores, alegando que, se acham que seu governo é corrupto, não podem ocupar cargos. Depois, começou a cumprir a promessa de revelar o que chama de “verdades inconvenientes” sobre os antigos aliados que votaram pela abertura do processo de impeachment.
O primeiro embate foi com a vereadora Mônica Leal (PP), uma das mais aguerridas defensores do impeachment. Depois de reafirmar que o uso de recursos do Fundo Municipal de Saúde em publicidade foi autorizado pelos vereadores, quando aprovaram orçamento, Marchezan acusou Mônica de empregar envolvidos no escândalo do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e de pressioná-lo a empregar seu filho na administração municipal.