Com a perspectiva de a Câmara de Porto Alegre aprovar o impeachment do prefeito Nelson Marchezan e torná-lo inelegível, os adversários estão de olho nos dois partidos de peso que já se comprometeram com o PSDB: o PL e o PSL. Além de recursos do fundo eleitoral, essa aliança garante a Marchezan um quarto do tempo na propaganda de rádio e TV e, por isso, o apoio do PL e do PSL tornou-se mais uma peça no xadrez do impeachment.
O PSL está dividido, já que o deputado federal Bibo Nunes declarou apoio a Sebastião Melo (MDB), mas o diretório segue com Marchezan, na expectativa de indicar o vice. Melo confirma que vem conversando com os demais deputados do PSL, mas só Bibo está fechado com ele.
Por afinidade ideológica, dois outros candidatos estão de olho no apoio do PSL: Valter Nagelstein (PSD) e Nádia Gerhard (DEM), a dupla mais identificada com o presidente Jair Bolsonaro.
O PTB do ex-prefeito José Fortunati entrou no governo Bolsonaro, mas o candidato tem um histórico de militância na esquerda que pode atrapalhar uma eventual aliança.
Presidente estadual do PL, o deputado federal Giovani Cherini diz que a sigla acredita na inocência de Marchezan, embora respeite a decisão dos vereadores.
— A nossa frase do momento é “paciência, lealdade e caldo de galinha não fazem mal a ninguém” — afirma.
Para o também deputado Nereu Crispim, que dirige o PSL estadual, o pedido impeachment é um “ato político”. Segundo ele, a legenda não conta com a possibilidade de Marchezan deixar a disputa e não abriu conversas com outros pré-candidatos.
— Nós mantemos nosso compromisso com o prefeito — garante Crispim.
Em todo o Estado, PSL e PSDB já fecharam aliança em pelo menos 14 cidades para a eleição municipal.