A tentativa do presidente Jair Bolsonaro de forçar a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, criou uma anomalia no ministério. Uma espécie de jogo de gato e rato, em meio à mais grave crise sanitária da história do país.
Com a popularidade em alta, Mandetta não quer dar o gosto de pedir demissão. Enquanto Bolsonaro não cria coragem para demiti-lo, o ministro surfa e expõe a fragilidade do chefe.
O episódio do pedido de demissão do secretário Wanderson Oliveira, que Mandetta não aceitou com o argumento de que a equipe sairá unida, cria uma saia justa para João Gabbardo dos Reis, um dos cotados para a vaga.
Mandetta sabe que seus dias no ministério da saúde estão contados, mas prolonga a agonia porque lhe convém aproveitar os holofotes até o último momento e marcar posição como aliado da ciência, em oposição ao presidente Jair Bolsonaro.