Apesar da forte pressão pelo fim do isolamento social, o prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, conseguiu convencer os líderes empresariais locais a manterem as restrições à circulação de pessoas para evitar a propagação do coronavírus. Nas reuniões realizadas durante o fim de semana, os participantes mantiveram distância prudencial uns dos outros, como recomendam as autoridades sanitárias.
Participaram das discussões representantes do Comitê de Orientação Emergencial, especialistas na área de saúde, entidades empresariais, grupos independentes de empresários, Câmara Municipal, Ministério Público Estadual e Ministério Público do Trabalho. Por consenso, ficou decidido que o isolamento social continuará nos próximos dias e que uma nova reunião será realizada em 2 de abril para discutir a retomada da atividade econômica.
Até lá, as pessoas que não trabalham em serviços de saúde, abastecimento e limpeza da cidade devem permanecer em casa e sair apenas em caso de necessidade, como ir ao mercado ou à farmácia.
De acordo com o prefeito, todos concordaram que é necessário estabelecer normas sanitárias rigorosas para que as empresas possam reabrir as portas, preservando a saúde dos trabalhadores e da comunidade em geral. Um grupo formado por representantes de Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Estadual, prefeitura e empresários discutirá essas normas, em paralelo ao debate sobre a retomada de algumas atividades econômicas.
Azevedo lembrou que o isolamento social segue sendo a principal medida para conter a disseminação do coronavírus, enquanto o sistema de saúde se estrutura para o aumento da demanda.
— No momento, precisamos que as pessoas fiquem em casa. O Ministério da Saúde reforçou essa orientação e fez um apelo para que os prefeitos e governadores não adotem medidas que prejudiquem a logística de atendimento à população. É importante ressaltar que estamos pensando saúde e economia de forma conjunta no enfrentamento do vírus e que a prioridade é salvar vidas.
Prefeito de um município que centraliza o atendimento a pacientes de média e alta complexidade de uma extensa região do Estado, Azevedo está preocupado com a possibilidade de colegas de outras cidades abrandarem as restrições, fazendo os casos de covid-19 explodirem e provocando o colapso no sistema de saúde de Passo Fundo.