O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Em seu primeiro mandato como deputado estadual, Mateus Wesp (PSDB) surpreende os visitantes recebidos em seu gabinete, no 7º andar da Assembleia Legislativa. No canto oposto à mesa de trabalho, ostenta uma bandeira do Império, pavilhão oficial do país entre a Independência, em 1822, e a proclamação da República, em 1889.
Admirador do período imperial, Wesp se diz um monarquista “na teoria, mas não na prática”. Segundo ele, a família imperial brasileira perdeu a legitimidade dinástica e a reentronização seria inviável. Por isso, o tucano de 31 anos defende a adoção do sistema de governo parlamentarista, que vigorou no período monárquico e separa a figura do chefe de Estado e do chefe de governo.
— Essa bandeira serve principalmente para refletir sobre uma época de estabilidade. E só com estabilidade o país pode crescer — argumenta.
Além da bandeira, Wesp decorou o gabinete com fotos de Gaspar Silveira Martins, Joaquim de Assis Brasil e Raul Pilla, três gaúchos que foram defensores do parlamentarismo.
Presidente do PSDB no Estado, o deputado é crítico da aproximação de monarquistas com o presidente Jair Bolsonaro e atribui o estigma reacionário do movimento ao preconceito:
— Um reacionário é, na verdade, um revolucionário, que quer romper as estruturas. Um conservador respeita as tradições e as instituições.