Com a proximidade do prazo para a saída dos secretários que planejam concorrer na eleição de outubro, o prefeito Nelson Marchezan deve fazer uma reforma mais ampla do primeiro escalão. O prefeito quer evitar que secretários deixem ao governo a conta-gotas, ao longo do ano, para cuidar de projetos pessoais ou profissionais.
O pedido para que quem tem outros projetos antecipe a demissão foi feito no final de janeiro por Marchezan, que quer montar uma equipe de titulares para atravessar os nove meses de governo que tem pela frente.
No dia 31 de janeiro, o secretário do Planejamento, Daniel Rigon, anunciou sua saída do governo para concluir o mestrado na França. Em 12 de fevereiro, Eduardo Cidade, secretário de Desenvolvimento Econômico, confirmou que deixa a pasta para trabalhar no centro do país.
Na lista dos que sairão porque são candidatos estão os secretários Ramiro Rosário (Serviços Urbanos), Rafão Oliveira (Segurança Pública) e Nelcir Tessaro (adjunto de Infraestrutura). Outros podem se definir nos próximos dias.
Marchezan ainda não tem definidos os substitutos de Rigon e Cidade, nem de quem ficará no lugar dos secretários-candidatos. A Secretaria do Desenvolvimento Social e Esporte está com um interino (Moisés Fraga Gonçalves) desde outubro, quando a vereadora Nádia Gerhard pediu demissão e reassumiu o mandato na Câmara.
O prefeito diz que ainda não definiu os substitutos. Em algumas secretarias o adjunto poderá ser confirmado. O perfil está desenhado desde a montagem original da equipe: o ideal é que mesclem conhecimento técnico com habilidade política.
Julgamento nas urnas
Palavra do vice-prefeito Gustavo Paim, ao ser questionado sobre as especulações de que o PP estaria articulando um novo pedido de impeachment do prefeito Nelson Marchezan:
– Não tenho notícia de algum pedido, mas, se surgir, serei contra. Para mim, Marchezan tem de ser julgado nas urnas.
Paim acompanha como espectador a evolução do pedido feito ao Ministério Público por um grupo de juristas para enquadrar Marchezan por ter feito anúncios em veículos do centro do país. Esse grupo alega que, pela Lei Orgânica do Município, somente propaganda de turismo pode ser feita em outros Estados.
Marchezan defendeu a veiculação dos anúncios com o argumento de que a propaganda ajudará a atrair investidores.
Frente de combate aos privilégios
Será formalizada amanhã, na Assembleia Legislativa, uma frente parlamentar diferente das dezenas já instaladas. Com o nome de Frente de Combate aos Privilégios, deve propor projetos e ações capazes de produzir economia para o Estado pelo corte de vantagens que beneficiam grupos restritos.
Com rodízio anual no comando, o primeiro presidente será o deputado Sebastião Melo (MDB). Integram a frente os deputados Any Ortiz, Elton Weber, Fabio Ostermann, Giuseppe Riesgo, Sergio Turra, Tiago Simon, Zilá Braitenbach, Luciano Zucco, Fran Somensi e Franciane Bayer.