O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Autor da denúncia contra o jornalista Glenn Grenwald, na ação que envolve o hackeamento de contas de Telegram de autoridades, o procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, do Ministério Público Federal (MPF), já investigou autoridades no passado, com dedicação especial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2007, quando era procurador regional dos Direitos do Cidadão no DF, ele denunciou o Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), além de integrantes dos dois governos, por improbidade administrativa. O procurador sustentou que Lula e FHC agiram irregularmente ao contingenciarem verbas do Fundo Penitenciário (Funpen).
— Talvez o presidente Lula diga que não sabia outra vez. Como ele disse que não sabia o que acontecia do lado do gabinete do mensalão — disse, na época, em entrevista ao site Congresso Em Foco.
Sargento do Exército durante 13 anos, Oliveira também já coordenou a Defensoria Pública do DF e foi chefe da Procuradoria da República em Goiás, seu Estado natal. Atualmente, atua no 7º Ofício de Combate à Corrupção do MPF do Distrito Federal.
Em 2015, iniciou um inquérito para apurar possível ocorrência de apropriação indevida de bens públicos pelos ex-presidentes da República no período de 1990 até 2010. Depois, retirou FHC, Itamar Franco e Fernando Collor da investigação, com o argumento de que o decreto que regulamentou a lei que trata dos objetos presenteados ao presidente da República foi editado em 2002. Assim, apenas Lula seria investigado.
Entretanto, o Conselho Institucional do MPF mudou o entendimento e determinou a investigação de todos os ex-chefes de Estado.
No ano seguinte, durante a operação Lava-Jato, Oliveira pediu ao então juiz Sergio Moro a relação dos bens encontrados com Lula, com o intuito de investigar se o petista tomou posse indevidamente de algum dos itens, em especial de um crucifixo barroco.
Sua última intervenção notória foi a denúncia contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, sob acusação de calúnia contra Sergio Moro. Santa Cruz disse que o ministro bancou o "chefe da quadrilha" ao avisar autoridades que teriam sido alvo de hackers. A Justiça rejeitou a denúncia na semana passada.