O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
O governo do Estado ainda não sabe quanto terá de desembolsar para custear a operação fracassada de venda de ações do Banrisul. Anunciada em junho do ano passado com expectativa de arrecadar mais de R$ 2 bilhões, a oferta pública foi lançada em 10 de setembro e cancelada nove dias depois, devido ao baixo preço das ações.
De acordo com a Secretaria da Fazenda (Sefaz), o Estado, que é o acionista controlador, contratou o próprio Banrisul para conduzir a operação e se comprometeu a ressarcir as despesas, até o limite de R$ 7 milhões. No entanto, até agora, o banco não enviou a prestação de contas para o reembolso.
As despesas com a tentativa de venda de ações envolve, por exemplo, o custo da contratação de serviços dos bancos Itaú BBA, JP Morgan e Bank of America Merrill Lynch, que possuem expertise no mercado de capitais e auxiliaram na operação.
Dentre outros encargos envolvidos, estão a contratação de escritórios de advocacia, viagens de agentes e road-shows – apresentações feitas para divulgar o investimento. De acordo com o banco, foram realizadas dezenas de reuniões no Brasil, Estados Unidos e Inglaterra.
Questionado pela coluna sobre o valor gasto, o Banrisul informou que o montante está “dentro do limite estabelecido” e o processo de prestação de contas ainda está em andamento.
“Este é um procedimento usual neste tipo de operação, sendo as despesas reembolsadas nas condições e nos termos previstos no contrato” explicou o banco, via assessoria de imprensa.
De acordo com a Sefaz, o Banrisul tem até abril para enviar os dados completos da prestação de contas para ressarcimento.