O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Desde que o pacote de projetos que muda a carreira e a Previdência dos servidores estaduais começou a tramitar na Assembleia Legislativa, os deputados têm recebido inúmeros funcionários e entidades ligadas ao serviço público que pedem alterações ou até a retirada do texto. Para arrefecer a pressão, um dos parlamentares da base optou por informar, já na chegada, que não colaborou com a eleição do governador Eduardo Leite.
Edson Brum (MDB), que apoiou o correligionário José Ivo Sartori, ex-governador derrotado por Leite no segundo turno em 2018, imprimiu duas cópias de uma folha de papel com os dizeres “Eu não votei no Eduardo Leite”.
Uma delas foi colada na porta do gabinete. Outra, em uma divisória de vidro na entrada do recinto, ao lado de um adesivo com a foto de Sartori e a frase “O gringo estava certo!” (veja abaixo).
— Noventa por cento dos servidores e das corporações votaram e fizeram campanha para o Eduardo Leite. Eu já deixo claro que não ajudei a eleger esse projeto – justifica Brum.
Apesar do “recado”, o deputado diz que a relação com o governo continua igual e que segue analisando os projetos que integram o pacote.
Brum já disse a professores que está disposto a votar contra a proposta que muda o plano de carreira do magistério e, junto aos colegas de bancada, assinou nota conjunta afirmando que o projeto precisa ser modificado para passar no plenário. O MDB forma a maior bancada da base aliada de Leite, com oito deputados.
Atualização das 14h40min: ao ler este texto, um aliado do Piratini desafiou o deputado Edson Brum a colocar um cartaz no gabinete dizendo: "Eu não tenho cargos no governo Leite".