De chapéu de palha e calça empoeirada, o deputado Ernani Polo (PP) incorpora nos feriados de fim de ano o colono "raiz" que vive nele desde que se conhece por gente. Não foi diferente neste 2019. A pouco mais de um mês de assumir a presidência da Assembleia Legislativa (a posse será em 3 de fevereiro), Polo foi buscar em suas raízes rurais a energia para ocupar o cargo mais importante de sua trajetória política.
Ao lado do pai, Alvorindo, e do irmão, Flávio, que administra a propriedade da família no distrito de Santo Antônio, interior de Santo Augusto, Polo deixa a política em segundo plano para fazer o que mais gosta nas horas de folga: retomar o contato com a terra.
— A atividade agropecuária é minha inspiração de vida. Eu saí da colônia, mas a colônia não saiu de mim. O mais importante é não esquecer nossas origens.
O futuro presidente da Assembleia começou a trabalhar na lavoura ainda criança. Cedo aprendeu a tirar leite e a dominar o manejo de culturas como soja, milho e trigo. Virou administrador da propriedade da família até ser seduzido pela política.
— A atividade leiteira é a mais complexa, desafiadora e difícil de ser executada — avalia.
Hoje a ordenha é mecânica, mas o deputado aproveita os dias do recesso na Assembleia para tratar as vacas e ajudar a família na silagem, para garantir alimentação aos animais no inverno.
Ex-secretário da Agricultura, Polo diz que a tecnologia no agronegócio trouxe muitas inovações, vantagens e facilidade ao homem ao campo, mas quem não implementar na propriedade um processo de gestão, eficiência e produtividade enfrenta muitas dificuldades para conseguir renda com a agropecuária.
— O gaúcho é empreendedor. Temos uma produção de excelente qualidade nos mais diversos setores da nossa economia, somos eficientes e competentes, mas nem sempre competitivos.