A greve dos professores gaúchos provocou um racha no Movimento Brasil Livre (MBL) e levou à saída do coordenador estadual do grupo, Jerônimo Molina. Hoje, o MBL no Rio Grande do Sul está acéfalo.
Na última quarta-feira (20), Molina publicou uma nota na página "Movimento Brasil Livre RS", no Facebook, em apoio à paralisação do magistério. Segundo Molina, o posicionamento foi acertado com os demais integrantes do MBL no Estado em uma debate pelo grupo de WhatsApp.
"Por acreditarmos na liberdade sempre defenderemos qualquer manifestação de encontro a resguardar direitos fundamentais ao ser humano", dizia a nota. Seria estranho ser contrário a qualquer greve, pois a partir dessa forma de protesto, excessos cometidos no âmbito das relações de trabalho são eliminados", seguia o comunicado, publicado à 1h da madrugada.
O texto ainda afirmava que o MBL não daria suporte a qualquer ação do Cpers-Sindicato, mas que apoiaria "todos os servidores estaduais para que recebam seus salários em dia" e se colocaria à disposição para "agir como interlocutor para encontrar os meios a fim de solucionar esse impasse".
Pela manhã, representantes do núcleo nacional viram a postagem e reprovaram o apoio. Às 9h, ligaram para Molina e anunciaram que o conteúdo seria deletado. Depois do ocorrido, integrantes do grupo passaram a chamá-lo de "comunista". Ressentido, ele cansou-se do MBL:
– Ganhei só incomodação e prestígio. Prestígio, na verdade, muito pouco.
Integrante do núcleo nacional, Marcelo Carratú alegou que o apoio à paralisação foi feito "sem comunicação".
– A nota causaria impactos negativos porque as pessoas entenderíamos que somos todos favoráveis à greve – explicou.