O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Os deputados Elton Weber e Franciane Bayer, do PSB, que fazem parte da base aliada do governo de Eduardo Leite, anunciaram nesta terça-feira (26) que, se o Piratini não apresentar mudanças ao projeto, votarão contra a proposta que modifica a carreira dos professores estaduais.
A decisão foi comunicada ao chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, e ao líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PP). O projeto que reestrutura a carreira do magistério, acabando com gratificações e instituindo o pagamento por subsídio, integra o pacote enviado pelo governador à Assembleia no dia 13 de novembro.
Os dois deputados argumentam que, como está, o projeto é injusto com os professores, desestimula a qualificação e agrava desigualdades em relação a outras categorias.
— Sou favorável a reestruturação do Estado, mas não posso admitir que os servidores da educação sejam os mais atingidos pela reforma — justificou Weber, líder da bancada do PSB na Assembleia.
Dentre os pontos questionados por Weber e Franciane está a redução na distância entre as faixas salariais, definida de acordo com as titulações e o tempo de atuação dos professores. Na tabela de subsídios proposta pelo governo, a remuneração básica dos professores iria de R$ 2,5 mil a R$ 3,8 mil.
O outro integrante da bancada, Dalciso Oliveira, afirmou que não usará o tema "de forma eleitoreira ou para fazer demagogia", e que, embora seja favorável ao fim da incorporação de avanços e gratificações, considera que o plano de carreira apresentado pelo governo não demonstra "uma valorização adequada para os subsídios da carreira do magistério" e está avaliando a apresentação de emendas.
Por se tratar de projeto de lei, a matéria precisa do voto favorável da maioria dos deputados presentes no momento da votação para ser aprovada.
Na segunda-feira, a executiva estadual do PSB se reunirá na sede do partido na Capital para discutir o tema.
Também membro da base, o deputado Edson Brum (MDB) disse a professores, na última sexta-feira, que está disposto a votar contra o projeto.
Outra baixa entre aliados será Rodrigo Maroni (Pode), que já anunciou voto contra o pacote.