Líder do governo Eduardo Leite na Assembleia Legislativa, o deputado Frederico Antunes (PP) tentou, sem sucesso, articular o adiamento da audiência pública sobre a venda de ações do Banrisul. A reunião está marcada para esta quarta-feira (4).
Antunes propôs aos deputados Fábio Ostermann (Novo) e Sebastião Melo (MDB) que desistissem de realizar a audiência, para a qual o governo não mandará representantes, em troca de marcar uma reunião fechada entre a presidência do banco e todos os parlamentares interessados em saber detalhes sobre a oferta de ações. O acerto acabou não se concretizando.
— Queremos ouvir explicações do governo do Estado, e não da direção do banco, sobre o porquê vender ações agora e como os recursos serão utilizados — afirmou Ostermann.
O líder do governo minimizou a tentativa de composição e frisou que os representantes do Palácio Piratini não devem comparecer à audiência por conta do regramento que envolve a possível venda de ações do banco. Uma instrução normativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável por regular ofertas públicas de ações, determina que ocorra um “período de silêncio” por parte do ofertante — no caso, o governo do Estado.
A regra proíbe que manifestações na mídia sobre a oferta a partir do momento em que ela é projetada, o que aconteceu com o Banrisul em junho. Como a audiência é pública, as declarações dos envolvidos seriam repercutidas pela imprensa, poderiam influenciar o humor dos investidores e mudar, artificialmente, a cotação das ações do banco.
Outro motivo par a ausência está no fato de o governo não ter sido consultado sobre o interesse e a disponibilidade de seus representantes de participarem da reunião na data estipulada pela comissão.