Em vez de simplesmente apontar indícios de irregularidades e identificar prefeituras em débito com as metas de atendimento na educação, os tribunais de Contas do Brasil decidiram se unir em uma iniciativa mais ambiciosa: trabalhar para levantar a régua da educação no Brasil. O projeto Educação que Faz a Diferença está na fase da pesquisa de campo para mapear o desempenho das redes de Ensino Fundamental no país e identificar práticas que podem ser replicadas para elevar o nível em todo o Brasil.
No Rio Grande do Sul, o conselheiro Cezar Miola é um entusiasmado defensor do projeto, do qual foi um dos formuladores no Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa.
– O trabalho é baseado exclusivamente em evidências, sem “achismos”. As equipes visitarão algumas redes de ensino fundamental, verificando instalações e equipamentos, além de realizar entrevistas com secretários de Educação, supervisores e coordenadores pedagógicos, diretores de escola, professores, alunos e pais – conta.
O levantamento está sendo feito em parceria com a organização Interdisciplinariedade e Evidências no Debate Educacional (Iede), para reconhecer as redes de excelência e as que apresentam boa evolução, mas ainda não atingiram resultados positivos expressivos. Em uma segunda etapa, o foco será a identificação de estratégias comuns adotadas pelas redes que conseguem resultados positivos, para que possam servir de exemplo.
– Queremos identificar o que dá certo e, no final do ano, entregar um relatório minucioso à sociedade brasileira e aos agentes públicos; uma espécie de certificação de qualidade – informa o conselheiro.