Tida como forte candidata a prefeita de Porto Alegre pelos líderes de partidos que defendem a unidade da esquerda em 2020, Manuela D'Ávila (PCdoB) poderá ficar sem condições políticas de disputar a eleição.
A opção de só se manifestar pelas redes sociais ou por meio de seus advogados sobre o envolvimento com o hacker que entrou nas contas de autoridades sugere que não está preocupada com o futuro político. Há perguntas que só ela pode responder. O fato de estar fora do Brasil seria motivo para fugir de entrevistas no tempo em que as comunicações eram precárias. Hoje, é possível falar de qualquer ponto do planeta com qualidade de som perfeita.
Mesmo que os aliados potenciais achem que ela não fez nada de errado ao repassar o contato de Glenn Greenwald para o hacker Walter Delgatti Neto, em uma campanha o assunto é nitroglicerina pura.
O presidente do PCdoB de Porto Alegre, Márcio Cabral, diz que nada muda na conversa entre os partidos de esquerda com vistas à formação de uma aliança:
— Estamos dialogando com outros partidos sobre a possibilidade de uma candidatura única. O nome deve ser fruto da unidade desse campo. Nunca dissemos que Manuela é pré-candidata, nem que não é. Ela está envolvida em uma agenda internacional, envolvida com o livro que lançou e com outro que vai lançar. Ficamos de conversar no retorno dessa viagem, lá pela metade de agosto.
Cabral discorda da avaliação de que ela esteja fugindo de dar explicações:
— Ela está fora do Brasil. Tem se manifestado pelas redes sociais, colocou seu telefone à disposição para perícia e está falando por meio de seus advogados.