De novo, foi um tucano, o deputado Pedro Pereira, o pivô do adiamento da aprovação dos novos diretores do Banrisul. Da tribuna, Pereira acusou o governo de “meter goela abaixo” o provável reajuste salarial para a diretoria do Banrisul e pregou voto contrário às indicações do governador Eduardo Leite. O deputado se refere ao aumento do valor global para a remuneração dos executivos do banco, de R$ 15 milhões em 2018 para R$ 20 milhões em 2019.
Após a fala exaltada de Pereira, a deputada Juliana Brizola (PDT) pediu verificação de quórum. Os parlamentares do MDB não registraram presença e, com apenas 25 deputados em plenário, a sessão foi encerrada. Na esteira da confusão, a votação do reajuste do salário mínimo regional ficou para a próxima semana, se o fogo amigo não atrapalhar novamente.
— Se o governador quiser que venha conversar comigo. A minha posição não muda. Cabresto se usa em animal. Acho uma aberração o reajuste da diretoria do Banrisul — disse o deputado tucano à coluna.
A bancada do MDB, que na manhã desta terça-feira (21) havia se reunido pacificamente com o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, para discutir o projeto que autoriza o governo a vender CEEE, Sulgás e CRM, se enfezou.
— Faz três semanas que vem caindo o quórum e o governo não fez nada. Não pode parlamentar do partido do governador dizer que "não é capacho". Deixa constrangidos os outros parlamentares da base – disse Edson Brum, um dos maiores críticos do que chama de “falta de ação” do Piratini.
Sebastião Melo (MDB), primeiro a levantar o tema do reajuste da diretoria do banco, mantém a crítica e diz que o “o culpado pela não aprovação dos nomes do Banrisul é o Piratini”.
Na próxima segunda-feira (27), haverá nova reunião de Vivian com aliados para tentar apagar os focos de incêndio, aprovar os textos na Assembleia e viabilizar o ambiente político para envio dos projetos para venda de estatais.
O governo desejava ter enviado os projetos à Assembleia ainda no dia 9, mas teve que adiar por causa das reclamações de aliados de que não está claro o destino que será dado aos recursos das vendas e aos funcionários das empresas. O chefe da Casa Civil acredita que na próxima semana será possível encaminhar os projetos que autorizam a "desestatização" de CEEE, Sulgás e CRM.
— Os compromissos políticos acertados com os deputados constarão da justificativa que acompanha os projetos — informou.
Vivian disse que o governo também fornecerá todas as informações que os deputados pedirem sobre o Banrisul e lembrou que não está em votação o aumento dos salários dos executivos:
— A Assembleia só tem de votar os nomes, que já foram aprovados na Comissão de Finanças.