Para a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), o projeto de lei apresentado pelo governo federal para os militares é "privilegiado" em relação à proposta de emenda à Constituição (PEC) que atinge servidores públicos, incluindo policiais civis. O posicionamento foi debatido durante reunião com funcionários da categoria, nesta terça-feira (26).
O presidente da Asdep, Cleiton Freitas, quer uma alternativa à proposta apresentada:
— Precisamos ter uma estratégia e dialogar. Queremos organizar um debate sobre a Previdência para os representados da classe para reforçar e apresentar informações concretas sobre a proposta de reforma. Além disso, queremos mostrar o que nos importuna, para fortalecer nossas reivindicações.
O governo federal encaminhou à Câmara projeto de lei endurecendo regras para aposentadoria dos militares, mas, ao mesmo tempo, incluiu benefícios na carreira de integrantes das Forças Armadas, como o aumento de gratificação por formação. Na PEC, que engloba funcionários da iniciativa privada e servidores civis, não há qualquer tipo de contrapartida como essa apresentada pela União aos militares. O projeto de lei que atinge os militares, devido a inclusão de benefícios, teve seu impacto reduzido, causando economia de apenas R$ 10 bilhões em 10 anos.
— A reforma da Previdência irá acontecer, de uma forma ou outra, então acreditamos que é mais importante argumentar junto aos parlamentares para que as nossas reivindicações sejam ouvidas. Temos que ter uma proposta alternativa, destacando as nossas solicitações em contrapartida a aceitação da reforma — disse o delegado Luiz Heitor França.
Delegados e outros servidores da Polícia Civil realizarão encontros com deputados federais para apresentar reivindicações quanto à reforma.