O fechamento da fronteira da Venezuela com o Brasil, em Roraima, para impedir a entrada de ajuda humanitária a um povo faminto e carente de remédios, mostra que o presidente Nicolás Maduro não aprendeu nada com o destino de ditadores como Saddam Hussein e Muamar Kaddafi. No mundo paralelo em que vive, Maduro perdeu qualquer noção de humanidade. Obcecado pelo poder, conduz a Venezuela com mão de ferro e aprofunda a cada dia a crise que provocou um êxodo sem precedentes na América Latina.
Lunático como costumam ser os ditadores (de esquerda e de direita), Maduro ignora o significado da palavra compaixão e impede a entrada de gêneros de primeira necessidade com a alegação de que a Venezuela não precisa de esmola. Ao fechar a fronteira com o Brasil e ameaçar fazer o mesmo na linha que separa o país da Colômbia, Maduro amplifica uma crise humanitária que levou milhões de venezuelanos a buscarem refúgio nos países vizinhos. Seu governo putrefato já não consegue atender às necessidades básicas da população, mas o ditador segue impávido e com a aparência de quem não passa pelas privações da população que, em geral, emagreceu por falta de comida.
No governo de Michel Temer, o Brasil abriu as portas para os venezuelanos que fugiam do tacão de Maduro. Em um trabalho coordenado pelo então ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, levas de homens, mulheres e crianças espalharam-se pelo Brasil em busca de dignidade. Agora, com a fronteira fechada, sair será impossível.
Os venezuelanos são prisioneiros em seu próprio país. Famintos e sem perspectiva, sofrem com o temor de uma guerra patrocinado pelos Estados Unidos, que, se ocorrer, será trágica para a região. A aliança de Maduro com a China e a Rússia só amplia a preocupação no continente.
Aliás
Não se pode esquecer que um dos primeiros atos de Hugo Chávez na Venezuela foi amordaçar a imprensa, aniquilar a oposição e controlar o Judiciário.