Convidado para ser secretário da segurança do Rio Grande do Sul há 10 dias, pelo governador eleito Eduardo Leite e pelo vice, Ranolfo Vieira Jr., o delegado aposentado da Polícia Federal José Mariano Beltrame alegou dificuldades para reorganizar sua vida e disse não depois de, por duas vezes, pedir mais tempo para pensar.
Ex-secretário da Segurança do Rio nos governos de Sergio Cabral, Beltrame trabalha como consultor e teria perda expressiva de dinheiro se aceitasse o cargo no Rio Grande do Sul. O salário bruto de secretário estadual é de R$ 18.991.
Com a recusa de Beltrame, Leite terá de colocar em ação o plano B ou C. Uma das possibilidades é Ranolfo acumular o cargo de vice-governador com o de secretário. Ele diz que o futuro governo tem outros planos, mas não descarta a hipótese. Outros nomes cogitados diante da já prevista recusa de Beltrame são os do deputado estadual Luciano Zucco (PSL), do deputado estadual Ronaldo Santini (PTB), que ficou na primeira suplência da bancada federal, e até mesmo do atual secretário Cezar Schirmer, agora que o MDB está a um passo de aprovar o ingresso no governo. Schirmer tem dito que seu projeto é voltar a advogar. Santini e Zucco não escondem o desejo de assumir o cargo.
— Se me for dada essa missão, vou desempenhá-la como se estivesse com o tanque cheio de gasolina azul — disse Santini a um amigo.
Zucco diz que não foi sondado nem convidado, mas admite que aceitaria o cargo. Questionado sobre a falta de experiência, que poderia ser um empecilho, respondeu:
— Ninguém comanda sozinho. O importante é ter equipe, Conheço as demandas de cada instituição. Sou oficial do Exército, participei de várias operações integradas com a Secretaria da Segurança. Meu irmão é delegado, meu padrasto é da Brigada Militar. Só minha mãe não é do ramo. Ela trabalha com Reiki.