Contrariando a prática de ser contra todo e qualquer aumento de imposto, a Federasul decidiu dar aval ao projeto que renova, por dois anos, o aumento das alíquotas de ICMS aprovado em 2015 e que vigora somente até o dia 31 de dezembro deste ano. Em uma reunião com a presença de cerca de cem líderes empresariais, 66 aprovaram o apoio ao projeto, desde que o futuro governador assuma o compromisso com uma agenda de reformas, e 11 se manifestaram contra.
— Comecei a reunião dizendo que eu, pessoalmente, era contra o aumento de impostos, mas que não podíamos fechar os olhos para a situação crítica do Estado — conta a presidente da Federasul, Simone Leite, que, apesar do sobrenome, não é parente do governador eleito.
O ex-vice-governador Paulo Feijó, que já presidiu a entidade, foi para a reunião disposto a impedir a aprovação do aval. Argumentou que a Federasul não pode apoiar aumento de imposto em hipótese alguma, mas acabou derrotado pela maioria.
O que a Federasul espera é uma espécie de pacto, em que cada um ceda um pouco. Do Judiciário, do Ministério Público, da Assembleia e do Tribunal de Contas, a entidade quer que renunciem aos projetos que aumentam despesas, como o da reposição salarial para os servidores e o da automaticidade do repasse dos reajustes aprovados para os ministros do Supremo Tribunal Federal. Os empresários apelam aos deputados para que não aprovem essas propostas.
Nesta sexta-feira, às 11h, Leite vai se reunir com a direção da entidade. Simone dirá o que os empresários esperam dele:
— Vamos dar um voto de confiança, para que ele tenha tempo de colocar a casa em ordem. Somos sensíveis às questões sociais, sabemos o que significaria a perda de receita sem a renovação das alíquotas, mas queremos que o futuro governador se comprometa com a privatização de estatais, a concessão de serviços públicos e a desburocratização do Estado.