Duas pesquisas divulgadas nesta segunda-feira (20), uma do Ibope e outra do MDA, são coincidentes nos dados principais: mostram Lula na liderança, com Jair Bolsonaro em segundo. No Ibope, Lula tem 37% e Bolsonaro 18%. No MDA, o ex-presidente soma 37,3% e o capitão, 18,8%.
Como a Justiça Eleitoral não deverá aceitar a candidatura de Lula, o Ibope fez uma simulação em que substitui o nome dele pelo do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e constatou que, nessa hipótese, Bolsonaro assume a liderança, com 20%, mas sobem os indecisos e os eleitores dispostos a votar nulo ou em branco. O MDA não testou o cenário sem Lula.
Na simulação do Ibope com o nome de Lula, a soma de indecisos, brancos e nulos é de 22%. Sem o ex-presidente, esse índice pula para 38%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Dos candidatos, quem mais ganha com a exclusão de Lula da pesquisa é Marina Silva, que salta de 6% para 12%, e Ciro Gomes, que vai de 5% para 9%. Geraldo Alckmin passa de 5% para 7%. Haddad fica em quinto lugar, com 4%, sinal de que o eleitor não faz a associação do nome dele ao do líder petista preso em Curitiba.
Questionados sobre o que fariam se Lula for impedido de disputar a eleição e declarar apoio a Haddad, 13% disseram que votariam no ex-prefeito de São Paulo, 14% que poderiam votar e 60% que não votariam nele de jeito nenhum.
Apesar de estarem em polos opostos na disputa, Bolsonaro passa de 18% para 20% quando o ex-presidente não é apresentado na cartela como opção de escolha para os eleitores.
No ranking dos mais rejeitados, Bolsonaro é o primeiro, segundo o Ibope, com 37% de eleitores dizendo que não votariam nele de jeito nenhum, em resposta a uma pergunta de escolha múltipla. Depois vêm Lula (30%), Alckmin (25%), Marina (23%) e Ciro (21%).
O Ibope não fez simulações de segundo turno. O MDA fez 10 cenários desse tipo. Nesse levantamento, Lula vence qualquer um dos adversários. Bolsonaro fica tecnicamente empatado com Marina, Ciro e Alckmin o atinge, no máximo, 29,4% das intenções de voto, o que pode ser interpretado como um indicador de teto baixo para todos eles. Novamente, sobem os brancos, nulos e indecisos.