Com a desistência do apresentador Luciano Huck e com a quietude do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, ambos cotados para disputar a Presidência da República, a tendência é de que haja poucos outsiders concorrendo em 2018, pelo menos na corrida ao Palácio do Planalto. Flávio Rocha, que estava de fora da política desde 1994, quando tentou concorrer ao posto mais alto do país, confirmou no sábado que é pré-candidato:
– Se houver musculatura e viabilidade em torno do meu nome, estou pronto para servir porque eu sou soldado.
Aliados do dono das lojas Riachuelo o classificam como um “Bolsonaro light”. Os apoiadores traçam o perfil: Rocha é conservador nos costumes e liberal no quesito econômico. Por ter conhecimentos sólidos na área, Rocha poderá ganhar a simpatia do mercado.
– A grande diferença está no campo da economia. Vejo o Bolsonaro com ressalvas nas posições econômicas, anti- reformistas. Comprometimento com as reformas é imprescindível para um governo bem sucedido – disse à coluna o empresário.
No campo social, as propostas são parecidas com às do deputado fluminense:
– Bolsonaro tem sido o único que tem abordado temas espinhosos, que tem grande apelo popular, mas que nunca foram falados pelo temor do politicamente correto.
Flavio Rocha se lançou e foi lançado pelo Movimento Brasil 200, grupo que defende ideias liberais, mas, por enquanto, não tem filiação partidária. Nesta semana, promete conversar com legendas que estão interessadas em abrigar seu projeto. Rocha optou por não revelar os três partidos com quem negocia.
Sobre o imposto único, bandeira que ergueu durante o início dos anos 1990, diz que a ideia ainda é válida. Para o pré-candidato, é possível cortar pela metade o bolo tributário do país, caso a máquina pública seja enxugada.
Nessa onda liberal, surfa também o postulante do Novo ao Planalto, João Amoedo, o outro outsider da eleição. Amoedo é ex-banqueiro e empresário e trará para a campanha eleitoral o debate sobre o Estado mínimo, assim como Henrique Meirelles. Além dessa pauta, o ministro da Fazenda defenderá as reformas que já foram colocadas em prática no governo atual.