Tenho um amigo muito querido, o Nílson Souza, que me apresentou ao Papai Noel na sexta-feira, na hora em que precisávamos de um abraço. Estávamos tristes e chocados pela perda do Jéferson Schimitt, uma pessoa especial, com quem convivemos por muitos anos no postinho do Banrisul aqui na sede do Grupo RBS. Mais do que o gerente solícito, o Jéferson era um amigo dos clientes. Morreu do coração, às vésperas de completar 51 anos, e deixou nosso Natal com um gosto amargo.
Foi com essa sensação de nó na garganta, que entrei com o Nílson e a Zita no mundo encantado desse Papai Noel de shopping center, antes que começasse a se formar a fila de crianças. O homem de barba branca nos recebeu com um sorriso largo, sem saber o quanto estávamos precisando do seu abraço confortador. Tirei até foto com ele, para guardar de recordação, e selar a paz com essa figura que me deixou um tanto traumatizada no nosso primeiro encontro, há mais de meio século, quando eu e minha irmã um ano mais nova fomos preteridas na distribuição de presentes. Contei essa história aqui no ano passado, para dizer que não acredito na história de que "seja rico, seja pobre, o velhinho sempre vem".
Neste ano, o "velhinho" se materializou não apenas nas mensagens de carinho de leitores e ouvintes como o Kleber, que veio de Gramado para trazer seu abraço, mas também nesse encontro inesquecível, lá no território vermelho e dourado, levada pelo amigo que acabara de me dar o cartão mais original recebido em 57 anos de vida.
Vou contar um segredo: o Nílson é amigo do Papai Noel. Tem até o telefone dele. Acho que aprendeu com ele a encantar crianças de todas as idades. O cartão que fez pra mim emocionou a criança lá da roça, que aprendeu a ler em latas de óleo e queria ser "escritora de jornal".