Agora os servidores públicos estaduais podem dormir tranquilos: a oposição está colhendo assinaturas para criar a CPI do Parcelamento. A pergunta é inevitável: se for criada, a CPI vai procurar dinheiro nos túneis do Palácio Piratini? Ou vai fazer uma varredura nas contas dos últimos 30 anos para identificar todas as irresponsabilidades que empurraram o Estado para esta situação de caos?
Se não fosse a tradição de transformar CPIs em palanques eleitorais, a iniciativa poderia ser saudada como uma boa oportunidade para identificar erros e indicar caminhos não só para este governo, que só tem mais 15 meses, como para quem vencer a eleição de 2018.
Uma CPI séria poderia jogar luz sobre os mitos criados em torno de um tema complexo como é o das finanças públicas. Um deles é de que o governo não paga em dia porque não quer.
Se a CPI não sair, o requerimento em si pode servir de roteiro para a campanha de 2018. No documento, PT, PC do B e PSOL falam em “ausência de transparência do caixa único”. E propõem que se investigue a omissão do governo em “tomar medidas de combate à sonegação, de cobrança da dívida ativa, de ações necessárias ao ressarcimento dos créditos decorrentes da Lei Kandir”.