No mesmo dia, como se tocassem regidos pelo mesmo maestro, o presidente Michel Temer e seu antigo assessor Rodrigo Rocha Loures optaram pelo silêncio para não responder à Polícia Federal.
Como não tem como negar que recebeu uma mala com R$ 500 mil, Rocha Loures silenciou em um depoimento presencial. Temer não respondeu às 82 questões encaminhadas pela PF e apresentou argumentos risíveis, posando de vítima para fugir dos fatos que o comprometem. No papel de ofendido, reclamou que as perguntas violam sua privacidade e ofendem a dignidade pessoal.
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Como Temer e Rocha Loures não falam, caberá aos investigadores descobrir por outros meios quem é e o que faz o personagem Edgar, que aparece em uma escuta como alguém que poderia servir de “mula” para entrega de uma próxima parcela de R$ 500 mil pela JBS.
Aliás
Se era para entregar a prova em branco, Temer não precisaria ter pedido prazo ao ministro Edson Fachin. Do ponto de vista jurídico, o silêncio é um direito. Politicamente, indica que não tem como responder.